A Secretaria Executiva de Saúde Pública da Prefeitura Municipal está realizando um inquérito canino em duas regiões da cidade, visando o combate à leishmaniose. O trabalho está sendo desenvolvido por seis equipes do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) e acontece no Aeroporto e no Guanã I, localidades que apresentaram casos da doença em humanos, no ano passado.
Segundo a veterinária Stephanie Lins, coordenadora do projeto, o inquérito canino está sendo realizado por amostragem e encontra-se na fase de coleta do material (sangue) dos cães, para análise, que acontecerá no próprio laboratório do CCZ.
“Estamos concluindo a primeira etapa para iniciarmos a recuperação, que é a visita às residências que estavam fechadas na primeira passagem da equipe. Somente após isto é que iniciaremos a análise do material”, afirmou a veterinária.
Segundo ela, após análise, os animais com resultado positivo, serão recolhidos e encaminhados ao CCZ. Stephanie explica que a ação se faz necessária para reduzir a incidência da doença na cidade. Informa que, este ano, já foram registrados casos de leishmaniose canina e que, por isto mesmo, é necessário um trabalho como este para evitar que seja transmitido ao homem.
A veterinária faz uma solicitação aos moradores para que facilitem o acesso das equipes do CCZ para desenvolvimento do trabalho. “Temos que diagnosticar a doença o mais cedo possível, para evitar que o ser humano seja afetado”, afirmou, lembrando que a leishmaniose pode levar à morte.
A doença
A leishmaniose é uma doença infecciosa que acomete o homem e outros animais, causada por várias espécies de protozoários do gênero Leishmania, transmitida pela picada do mosquito flebótomo. Pode deixar sequelas físicas graves.
São conhecidos 6 tipos da doença, a visceral ou calazar, que atinge diversos órgãos e é a forma mais grave de leishmaniose. Sem tratamento, pode ser mortal num prazo de até dois anos. Em alguns casos, pode ocorrer disseminação de parasitas na pele, causando a leishmaniose cutânea pós-calazar.
Leishmaniose cutânea, que se trata da forma mais freqüente da doença. Geralmente, causa úlceras no rosto, nos braços e nas pernas que podem deixar cicatrizes marcantes e irreversíveis.
Leishmaniose muco-cutânea, que invade as mucosas das vias respiratórias superiores, podendo causar mutilações graves ao destruir os tecidos do nariz, da boca e da garganta.
Leishmaniose cutânea difusa que produz lesões cutâneas crônicas que não cicatrizam espontaneamente, e a muco-cutânea recidivante, um tipo de recidiva da doença que surge após a realização do tratamento.
O tratamento é feito com medicamentos específicos, além de repouso e boa alimentação. É importante ressaltar que, quanto mais rápido o paciente procurar orientação médica e receber tratamento, maior a possibilidade de recuperação e cura.
Stephanie afirma que, para evitar proliferação do mosquito, é preciso que as pessoas mantenham seus quintais livres de sujeiras. “Ao contrário do Aedes aegypti, transmissor da dengue, o flebótomo se reproduz em água suja, em ambiente úmido, bem como em matéria orgânica podre. A população tem que manter suas casas limpas para evitar proliferação do mosquito”, explicou.