O espetáculo Amor por Anexins, da Cia das Artes vai ser apresentado na programação Arte nas Ruas, nesta sexta-feira, 1º de maio, terceiro dia do 6º Festival América do Sul. A peça será às 18h, no Instituto Luis Albuquerque (ILA), que fica na praça da República, 119, centro.
O espetáculo Amor por Anexins conta através de um elaborado jogo de palavras, o antigo enredo daqueles que querem encontrar seu par amoroso e daqueles que querem se dar bem por meio do casamento. A peça conta a história de Isaías, um senhor distinto, com situação financeira confortável, que resolveu casar-se.
E como casar não é casaca, resolveu propor casamento à Inês, senhora distinta, viúva e costureira por profissão. Isaías que está pelo “beicinho”, para desposar a viúva recatada escreve-lhe cartas contando suas intenções que são as melhores possíveis e que está à espera de uma reposta às cartas escritas para ela. Como não há carta sem resposta, resolve ir em busca da resposta pessoalmente. Daí para adiante… O que tem de ser tem muita força. O homem põe e a mulher dispõe!
O texto é de Artur Azevedo, com direção e trilha sonora de Villie Júnior. O elenco é composto pelo ator Fernando Cruz e a atriz Ramona Rodrigues, cenografia de José Eduardo Calegari Paulino, pesquisa de figurinos de Fátima Cunha, figurinos de Maria Aparecida Viveiros, adereços de Francis Fabian, maquiagem de Neska Brasil, iluminação de Steephen Abrego, projeto gráfico de Beto Monteiro e fotografia de Eduardo Medeiros.
O autor
Artur Nabantino Gonçalves Azevedo, nasceu em 7 de julho de 1855 e com 15 anos escreveu sua primeira peça, Amor por Anexins. Em 1873, aos 18 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro onde começou sua carreira como jornalista. Trabalhou em jornais, foi crítico teatral e fundou revistas. Suas atividades iniciais no teatro se deram, a princípio, na tradução livre e na adaptação de comédias francesas. Traduziu ao longo de sua carreira cerca de 40 peças para o teatro.
No final do século XIX, Artur Azevedo dominou o cenário teatral brasileiro. Deixou cerca de 25 comédias, 19 revistas-de-ano e 20 operetas e burletas. Além disso, foi um dos responsáveis pela construção do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, inaugurado logo após a sua morte ocorrida em 22 de outubro de 1908.
Artur Azevedo foi o consolidador da comédia de costumes iniciada por Martins Pena. Além de contista urbano e poeta satírico, relatou os grandes acontecimentos do país entre 1878 e 1907. “Amor por Anexins”, foi escrito em 1870, ainda em sua cidade natal, São Luiz do Maranhão e é o texto nacional mais representado de todos os tempos.
A Cia das Artes e a peça
Fruto de um intenso processo criativo, a montagem de Amor por Anexins foi um mergulho profundo no universo de Artur Azevedo e sua época. Os atores conviveram por meses no estudo do texto e suas minúcias para a construção das personagens. No palco, contracenam utilizando-se de uma linguagem há muito afastada de nosso cotidiano: o anexim, ou seja, rifão popular, dito sentencioso. De provérbio em provérbio a cena se constrói e envolve o espectador.
A cenografia atentou tanto para a aproximação com o público, quanto à adequação aos mais diversos espaços. Os elementos de época ganham destaque e movimento a partir de uma concepção criativa e versátil.
Na trilha sonora, uma criteriosa pesquisa permitiu reunir o texto de Artur Azevedo a composições originais inspiradas na melodia de uma presença marcante na história da música popular brasileira, Chiquinha Gonzaga.
Encenar Amor por Anexins é uma justa e oportuna homenagem no ano do centenário da morte de Artur Azevedo. O resultado desta elaborada produção é um espetáculo divertido e poético, crítico e intenso que a Cia das Artes apresenta com orgulho ao seu público. (Assessoria FAS)