O presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, Rômulo Mello, esteve neste domingo em Corumbá, para discutir com a Prefeitura de Corumbá, por meio da Secretaria Executiva de Turismo e empresários do segmento de pesca o plano de manejo do Parque Nacional do Pantanal e a navegabilidade nas zonas de amortecimento do parque. A reunião aconteceu no Hotel Nacional e contou também com a presença do trade turístico e com pessoas que são influenciadas positivamente com a atividade, como donos de supermercados, população ribeirinha, funcionários das agências de turismo etc. Na ocasião o presidente da Associação Corumbaense das Empresas Regionais do Turismo (ACERT), Geraldo Veríssimo entregou uma carta de reivindicação para o presidente do instituto.
“Queremos ter a garantia de futuro para essa atividade no Pantanal, por isso, nós empresários, estamos abertos a discussões, queremos participar efetivamente de tudo que é relacionado à pesca, porque respeitamos os limites e as particularidades desse bioma, que é a nossa maior fonte de renda”, explicou Geraldo. Os empresários do segmento alegam que têm enfrentado obstáculos que estão desestimulando o crescimento do setor e por vezes contribuindo para que o mesmo não se viabilize, sendo um dos principais obstáculos é o impedimento da pesca na calha do Rio Paraguai.
De acordo com a carta,“Ao criar o Parque Nacional do Pantanal o Rio Paraguai tornou-se área de entorno do mesmo, ficando restrito à pesca, fator que atinge seriamente o funcionamento do setor da atividade do turismo de pesca esportiva em nossa região. E, por entendermos que se trata de um rio de águas internacionais e que o mesmo corta dois dos maiores Estados da Federação, não há como ser restrita a navegação na sua calha e tampouco ser impedida a atividade pesqueira em seu leito. Ainda que em determinadas regiões o Rio Paraguai faça parte da área considerada de entorno de reserva ecológica, (fato decidido sem a criação do Conselho do Parque para discutir e definir seu Plano de Manejo), a proibição da pesca em sua calha se mostra inadequada e ilegítima, prejudicando severamente todas as empresas que exploram o turismo de pesca na região, que vêem sua área de atuação cada vez mais restrita. Assim sendo, solicitamos que esta decisão seja revista no sentido de liberar a pesca na calha do Rio Paraguai”.
Após ouvir as reivindicações, Rômulo se comprometeu em rever o plano de manejo do parque e em criar um conselho para o mesmo. “Em quinze dias a ACERT terá resposta do documento entregue hoje e se houver alguma irregularidade no plano de manejo na questão da navegabilidade isso também será corrigido”, enfatizou o presidente do instituto. Questionado sobre os problemas que os empresários do segmento de pesca enfrentam em relação à legislação, o Secretário Executivo de Turismo, sugeriu uma agenda permanente e um fórum permanente com a presença do Estado de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, IBAMA e Instituto Chico Mendes.
“A responsabilidade é do Instituto Chico Mendes, mas todos nós temos o interesse de preservá-lo e quem sabe utilizá-lo futuramente como mais um produto turístico, por isso é importante a participação de todos nesse processo”, afirma Porto.
A pesca está proibida no rio Paraguai entre a foz do Rio Moquém e a Boca da Anta, no rio Cuiabá/São Lourenço entre a Barra e o Rio Taquaralzinho, nos limites do Parque nas baías Guaíva e Uberaba, no rio Caracará Grande e rio Alegre. A pesca comercial e esportiva está liberada no rio Paraguai a jusante da foz do Rio Moquém, no rio Paraguai à montante da Boca da Anta, no rio Cuiabá/São Lourenço, à montante do rio Taquaralzinho.
“Sou totalmente favorável ao aumento da área de entorno do Parque Nacional do Pantanal, desde que estudos sejam realizados e apresentados a comunidade justificando a necessidade desse aumento”, salientou Rômulo.