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Menos chances de ter diarréia, pneumonia – doenças responsáveis por boa parte da mortalidade infantil, principalmente em regiões mais carentes – diabetes, câncer ou de desenvolver alergias. Esses são alguns dos benefícios do aleitamento materno, destacados durante a 17ª Semana Mundial de Amamentação, será aberta amanhã, dia 1º e que vai até 7 agosto, numa parceria entre o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). O lançamento da campanha nacional será no Rio de Janeiro.
A madrinha da semana nacional é a atriz Dira Paes, que aparece em cartaz, folder e filmete, amamentando seu filho Inácio, de dois meses, ao lado da mãe, dona Flor. A intenção é ilustrar o tema deste ano da campanha que foca a importância do apoio à mulher que amamenta, com a frase: “Nada mais natural que amamentar. Nada mais importante que apoiar”. O filme foi produzido pela SBP.
A idéia não é só difundir entre as gestantes e as mães a importância do aleitamento materno para a saúde dos filhos. A campanha quer sensibilizar também os familiares sobre o quanto é imprescindível o apoio à mulher para que ela possa dispor de tempo e tranqüilidade para amamentar o filho.
“O apoio tem que vir da família, do companheiro, dos avôs, da comunidade, dos empregadores e do governo. E, sem dúvida, assim, caminhamos para a ampliação do tempo de aleitamento”, diz a médica Elsa Regina Justo Giugliani, coordenadora da Área Técnica de Saúde da Criança e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde.
De acordo com a médica, na década de 1970, a amamentação exclusiva nos primeiros seis meses de vida do bebê era praticamente nula. Pesquisa realizada apenas nas capitais, em 1999, revelou que o aleitamento materno exclusivo aos menores de quatro meses era de 35%. Mostrou também que, aos seis meses, menos de 10% dos bebês se nutriam exclusivamente do leite materno.
Mas a Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS), divulgada no início de julho de 2008, mostrou dados positivos: 43% das crianças são amamentadas na primeira hora de vida no Brasil, 99% são amamentadas no primeiro dia de vida e 40% das crianças menores de seis meses recebem exclusivamente o aleitamento materno. Se levado em conta o tempo de duração, a região que mais amamenta é a Centro-Oeste e a Norte seria a laterninha no ranking nacional.
Novo retrato
Uma fotografia mais atual do aleitamento materno deverá ficar pronta até o fim deste ano. No dia 9 de agosto, quando ocorre a segunda etapa da vacinação contra paralisia infantil, haverá nova consulta às mães sobre o tema. A pesquisa incluirá não só as capitais, mas também diversos municípios dos estados. “Aí, sim, teremos uma fotografia mais precisa e ampla que a da PNDS”, prevê Elsa Giugliani.
Hoje, as mães oferecem o leite materno, em média, por dez meses. O ideal é que a criança seja amamentada por mais de dois anos, sendo que, nos primeiros seis meses de vida, exclusivamente, por leite materno. “Então, temos um longo caminho a percorrer, no sentido de elevar de dois para seis meses o período de amamentação exclusiva”, diz a coordenadora da Área Técnica de Saúde da Criança e Aleitamento Materno.
Elsa Giugliani anuncia ainda que, por meio do projeto Rede Amamenta Brasil, voltado para promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno na rede de atenção básica, dia 11 de agosto, ocorrerá, em Brasília, o último curso para capacitar multiplicadores dos estados e municípios, a fim de auxiliar na expansão das redes. Já foram realizados quatro cursos regionais.
Contra indicação
Poucas são as situações em que o recém-nascido não pode receber o leite materno. Embora não seja uma prática em todos os países, no Brasil, as mães portadoras do vírus HIV não devem amamentar seus filhos.
Segundo Lílian Córdova do Espírito Santo, assessora técnica para assuntos relacionados ao aleitamento materno, o leite até poderia ser oferecido ao bebê se, antes, fosse pasteurizado, o que eliminaria o vírus. Passaria a ter a mesma qualidade do leite dos bancos do produto existentes nos hospitais, em que todo leite materno doado é pasteurizado antes de ser servido aos bebês.
“Mesmo com a perda de algumas propriedades, ainda assim é muito melhor que qualquer outro leite que não o da mãe”, garante a assistente. Hoje, no país, 1% das gestantes é portadora do HIV. Além delas, as mães usuárias de drogas, principalmente as injetáveis, não devem amamentar os filhos. As substâncias são passadas à criança por meio do aleitamento. (Ministério da Saúde)