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A tradicional Louvação à Iemanjá, promovida anualmente pela Prefeitura de Corumbá, tem início nesta terça-feira, 30 de dezembro, com o ritual da Lavagem da Escadaria da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária.
A lavagem, com água de cheiro, acontecerá após a missa solene, celebrada na própria Matriz a partir das 19h30. Representantes das tendas de Umbanda e Candomblé participarão da celebração.
Depois da missa e do ritual de lavagem da escadaria, os fiéis seguem em cortejo para a prainha do Porto Geral onde é realizada a Louvação à Iemanjá. As oferendas à Rainha das Águas também serão realizadas na noite de 31 de dezembro, no mesmo local.
Escadaria
A tradição de lavar as escadarias das igrejas surgiu
Depois de terem as portas da igreja fechadas, ao descer as escadas o orixá de um Pai de Santo quebrou o vaso que continha água de cheiro na escadaria, nascendo assim a tradição que é mantida também em Corumbá.
Iemanjá
Conta a história popular que Iemanjá era uma mulher muito bonita. Orungã, o Édipo africano, apaixona-se por sua mãe, que procura fugir de seus ímpetos arrebatados. Mas Orungã não conseguiu renunciar àquela paixão insopitável. Aproveita-se, certo dia, da ausência de Aganju, o pai, e decide-se a violentar Iemanjá. Essa foge e põe-se a correr, perseguida por Orungã.
Na fuga cai no chão, de costas e morre. Imediatamente seu corpo começa a dilatar-se. Dos enormes seios brotaram duas correntes de água que se reúnem mais adiante até formar um grande lago. E do ventre desmesurado, que se rompe, nascem os seguintes deuses: Dadá, deus dos vegetais; Xango, deus do trovão; Ogum, deus do ferro e da guerra; Olokum, deus do mar; Oloxá, deusa dos lagos; Oiá, deusa do rio Niger; Oxum, deusa do rio Oxum; Obá, deusa do rio Obá; Orixá Okô, deusa da agricultura; Oxóssi, deus dos caçadores; Oké, deus dos montes; Ajê Xaluga, deus da riqueza; Xapanã (Shankpannã), deus da varíola; Orum, o Sol; Oxu, a Lua.