Agnaldo Timóteo é atração da Noite da Seresta

Divulgação
  

 Cantor se apresenta no Jardim da Independência

Agnaldo Timóteo é a atração da Noite da Seresta que acontece nesta sexta-feira, 8 de maio, no Jardim da Independência. Este é o quinto ano da Seresta, que já faz parte do calendário cultural de Corumbá. O evento será aberto às 20h e a previsão são quatro horas de muita música e ótimo espaço para os casais dançarem a vontade, em frente ao Coreto da Praça da Independência. O projeto é uma realização da Prefeitura Municipal de Corumbá, através da Fundação de Cultura e Turismo do Pantanal, coordenado pela Superintendência de Cultura.

Biografia

Agnaldo Timóteo nasceu no dia 16 de outubro de 1936 em Caratinga, Minas Gerais. Filho de José Timóteo e Catarina Maria, estudou até o terceiro ano primário e aos 14 anos já trabalhava como torneiro mecânico no DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem). Aos 16 anos, mudou-se para Governador Valadares (MG), onde passou a trabalhar no DER/MG e em outras oficinas até 1955, quando iniciou a luta pelo seu espaço em Belo Horizonte, com apoio de Aldair Pinto, nos principais programas de calouros das rádios Inconfidência, Itatiaia, Mineira e Guarani.

Em 1960, com a perda do seu irmão Carlos, voltou para Caratinga, onde permaneceu até o final do mesmo ano, até se mudar, em definitivo, para o Rio de Janeiro. Aos 27 de dezembro daquele ano, chegou à cidade maravilhosa e alugou uma vaga em uma quitinete da Rua Barata Ribeiro, em Copacabana, no Edifício Liege, onde moravam 10 pessoas.

No dia seguinte, um domingo, procurou pelo cartunista Ziraldo, que trabalhava na revista “O Cruzeiro” e que, além de seu conterrâneo, era seu amigo de infância. “Eu disse que tinha ido buscar meu espaço e ele me ofereceu ajuda, me pedindo que antes eu arrumasse um emprego para não depender de ninguém”, recorda Agnaldo.

No dia 29 já estava empregado na Retífica Pinheiro e, paralelamente, recomeçava a luta pelo espaço na música – agora no Rio. Nesse tempo, já tinha fama em Minas e se apresentava nos lugares com o slogan de “Cauby Mineiro”. Em 1961 aconteceu sua estréia em disco: um 78 rotações com “Sábado no Morro” e “Cruel Solidão”, para o selo Caravelle, onde gravou também no ano seguinte a marcha “Na Base do Amendoim”. Nada aconteceu.

Em 1963, contratado pela Philips, gravou o compacto duplo “Tortura de Amor”, um trabalho mais bem elaborado e fiel ao seu estilo romântico. A gravadora, no entanto, não acreditou no sucesso, e as 180 cópias foram vendidas de mão em mão pelo próprio artista.

Um fato curioso ocorrido nos últimos dias de 1964 fez com que Timóteo antevisse o sucesso que o ano seguinte reservaria para sua vida. Com show marcado para o dia 31 de dezembro em Itambacurí (cidadezinha localizada a 20 km de Teotônio Vilela, MG), foi despejado da hospedaria onde morava e teve suas roupas detidas pela polícia por falta de pagamento. Foi rapidamente solto no mesmo dia e, graças à carona de um caminhoneiro que havia visto uma de suas apresentações em um daqueles programas de calouros da época, conseguiu chegar “em cima da hora” para o show que é lembrado por ele até hoje de forma memorável e afetuosa. Mediante a tantas dificuldades naquela passagem de ano, Agnaldo previu: “Este será o meu ano”. E foi.

O ano de 1965 veio repleto de vitórias em sua carreira artística. A partir do momento que defendeu o primeiro lugar no “Rio Hit Parade” (programa produzido por Jair de Taumaturgo na TV Rio) com a balada “The house rising sun”, sucesso do grupo The Animals, começou a arrebatar todos os prêmios até ser contratado pela Odeon, onde estreou com o LP “Surge Um Astro”, que foi um marco de vendagens para a indústria fonográfica daquele ano.

Começou, então, a fazer sucesso com versões para o português dos maiores sucessos das paradas mundiais ( Aline, Que Cést Triste Venice, Amore Scusami, La Mamma, Io Che Non Vivo Senza Te, etc… ), até que em 1967 ganhou do rei Roberto Carlos a canção Meu Grito, seu maior sucesso até hoje. Aliás, de Roberto e Erasmo, Agnaldo ganhou mais três canções nos anos seguintes ( Deixe-me Outro Dia, Menos Hoje; Os Brutos Também Amam e Frustrações ).

Embora nunca tenha investido na sua carreira internacional, Agnaldo viajou por mais de 32 países, entre os quais EUA, Alemanha, Itália, França, Angola, Argentina, México e África do Sul, apresentando-se em todos eles. Gravou quatro LPs em espanhol e colecionou dezenas de sucessos marcantes, conhecidos de norte a sul do Brasil.

Em 1982, mesmo sem nenhuma ligação política, foi eleito deputado federal com a maior votação da história deste país, em primeiro mandato. Obteve 503 mil votos de um eleitorado de seis milhões. Foi eleito deputado federal pela segunda vez, em 1994, mas renunciou em dezembro de 1996, sendo eleito, no mesmo ano, vereador na cidade do Rio de Janeiro.

Em 2004 Agnaldo foi eleito vereador na terceira maior cidade do mundo, São Paulo, onde reside atualmente. A política tem lhe proporcionado muitos aborrecimentos, mas também algumas alegrias, sendo a maior delas a admiração dos colegas pela sua lealdade.

Artisticamente, nunca deixou a carreira de lado, em 1985, depois de 20 anos contratado pela Emi-Odeon, foi dispensado e gravou nas companhias 3M, Continental/Warner, Som Livre, Sony Music, e realizou três discos independentes que ele mesmo vendeu num total de 100 mil cópias dentro do seu projeto “CD Rua”. Em 2006, lança um CD dedicado aos grandes sucessos da música sertaneja.

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