A dengue é um dos principais problemas de saúde pública no mundo e, segundo estimativa da Organização Mundial de Saúde (OMS), 80 milhões de pessoas são infectadas anualmente, das quais 550 mil necessitam de hospitalização e 20 mil morrem em consequência da doença (São Paulo 2004). É a arbovirose mais importante do mundo, com cerca de 2,5 bilhões de pessoas sob áreas de risco, particularmente em países tropicais onde a temperatura e a umidade favorecem a proliferação do mosquito vetor (Tauil 2002).
O mosquito Aedes aegypti é o principal vetor transmissor da doença, de comportamento essencialmente doméstico, antropofílico, com atividade hematofágica diurna; além disso, utiliza-se de depósitos artificiais de água para sua oviposição, sendo que seus ovos possuem grande resistência à dissecação, permanecendo viáveis por até 450 dias sem água, e as formas larvárias podem se reproduzir em água poluída (Tauil 2002).
Grande parte da população corumbaense vive hoje em área urbana. Porém, uma significativa parcela não tem acesso às condições satisfatórias de habitação e de saneamento básico e higiene; muitos vivem em favelas, invasões, mocambos ou cortiços, onde, quando existem, o abastecimento de água, a coleta de dejetos e lixo, é irregular.
De acordo com Tauil (2002), a necessidade de armazenar água para consumo em tonéis, contribui para a multiplicação dos mosquitos quando estas embalagens, de plástico, alumínio ou até mesmo manilhas não são adequadamente recolhidos após sua utilização ou devidamente vedados.
Igualmente a multiplicação do vetor se dá na medida em que aumenta o número de pneus usados dispostos inadequadamente no meio ambiente, bem como os resíduos sólidos jogados indiscriminadamente nos terrenos baldios, comportando-se como recipientes prioritários para a postura de ovos pelos mosquitos, e permitindo o transporte passivo de ovos, larvas e insetos adultos facilitando a sua disseminação.
Tendo em vista o predomínio da positividade de criadouros com água não proveniente da pluviosidade, tais como cisternas e depósitos de água para consumo humano, torna-se necessário a vigilância constante dos domicílios, uma vez que o mosquito já se encontra plenamente domesticado e domiciliado.
Alguns autores sugerem que o referido pico de transmissão não esteja tão relacionado com a densidade do vetor, mas sim com o aumento da sobrevida dos mosquitos adultos nas condições de temperatura e umidade da estação chuvosa, incrementando a probabilidade de fêmeas infectadas completarem o período de replicação do vírus, tornando-se infectantes (Gluber 1989).
Subsecretaria de Comunicação Institucional