A Secretaria de Saúde da Prefeitura de Corumbá está desencadeando uma ação de prevenção e combate à leishmaniose na área urbana, com foco nas regiões do Guanã II, Kadwéu, Loteamento Pantanal e no Bairro Aeroporto. O trabalho faz parte de uma estratégia para combater doença na cidade. Estão programadas coleta de amostras de sangue dos animais (cães), campanha de educação sanitária ambiental no combate à doença, além de captura de cães não domiciliados bem como e aqueles entregues pelos moradores.
É o que informa a coordenadora de Vigilância em Saúde da Prefeitura, médica veterinária Viviane Ametlla, anunciando que o trabalho será desenvolvido por equipes do Centro de Controle de Zoonoses, auxiliados por servidores da Secretaria de Infraestrutura, Habitação e Serviços Urbanos; da Coordenação Municipal da Atenção Básica; além das unidades de saúde das áreas específicas.
Dias atrás, equipes da Secretaria de Saúde realizaram um trabalho de bloqueio e de educação sanitária ambiental na região do Universitário, onde ocorreu um caso de leishmaniose humana. Agora, os trabalhos serão mais abrangentes atingindo outras regiões da cidade. Viviane informa que em 2011, Corumbá já registrou oito casos da doença e os números preocupam. "Temos que estar atentos e fazer com que a população também faça a sua parte para prevenirmos surgimento de novos casos", disse.
Viviane alerta sobre a necessidade de eliminar os focos de proliferação do mosquito Flebotomíneos do gênero Lutzomyia spp. , transmissor da leishmaniose. São comuns eles de abrigarem em resíduos orgânicos (folhas, restos de podas, frutos em estado de decomposição, entre outros). Para tanto, há necessidade de um trabalho educativo junto aos moradores, quanto aos cuidados que todos devem ter para eliminar os focos. Outra ação se refere ao bloqueio químico nas regiões mais críticas. "A borrifação já começou e é feito de casa a casa, aquelas que estão na área critica", reforçou.
"É uma grave que necessita da atenção de todos, principalmente no que se refere a limpeza, em especial na parte alta da cidade, objetivando assim auxiliar na prevenção deste agravos bem como nos demais. O mosquito não escolher raça, credo ou classe social. Qualquer um pode ser vítima desse agravo. O cachorro é tão vitima dessa doença como os humanos", alertou a coordenadora.
A doença
A leishmaniose é transmitida ao cão pelo mosquito Flebotomíneo, popularmente conhecido como mosquito-palha. A colaboração da população é fundamental, o sentido de facilitar a entrada das equipes nas casas para a realização de todos os serviços necessários, inclusive entregando animais doentes aos profissionais do CCZ, principalmente pelo fato de que há casos em que o cão está com a doença, mas não manifesta os sintomas.
Os sintomas apresentados pelos cães são: emagrecimento, ferimentos na ponta do nariz e orelhas, secreções nos olhos e unhas compridas. A transmissão ao homem acontece pelo próprio cão e pode se manifestar de duas formas: a tegumentar e a visceral. A primeira não leva o paciente à morte, mas causa lesões cutâneas e nasofaríngeas deformantes e dolorosas, dificultando a alimentação e diminuindo a capacidade para o trabalho. Podem aparecer dezenas de feridas que deixam cicatrizes muito marcantes no rosto, braços e pernas. Já a forma visceral provoca febre, ascite (barriga d'água), hepatomegalia (grande fígado), aumento do baço, emagrecimento, complicações cardíacas e circulatórias.