A Prefeitura de Corumbá busca alternativas para que a população tome mais consciência sobre a importância da preservação do patrimônio arquitetônico e turístico local. A intenção é mostrar a determinados grupos que a comunidade precisa auxiliar e fiscalizar a conservação dos espaços públicos, constantemente alvos de danos por atos de vandalismo. "Em muitos dos casos, a responsabilidade acaba sendo atribuída apenas ao Poder Público, sendo que todos os munícipes precisam dar sua contribuição para que a cidade continue limpa e conservada", observou a diretora-presidente da Fundação de Cultura e Turismo do Pantanal, Heloísa Helena da Costa Urt.
O trabalho de conscientização inclui a busca por mecanismos de punição mais efetiva para os depredadores. "Estamos fazendo uma consulta à Assessoria Jurídica do Município para que possamos elaborar um projeto de lei de proteção e conservação dos espaços públicos. Queremos dividir a responsabilidade com toda a população", afirmou o superintendente de Turismo, Rodolfo Assef Vieira, que, juntamente com Heloísa Urt, está preocupado com o aumento do vandalismo praticado contra os patrimônios físicos de Corumbá, que são atribuídos apenas à falta de manutenção, "como se o Executivo tivesse apenas essa atribuição".
Segundo Rodolfo, os recursos financeiros gastos na recuperação do que foi depredado poderiam ser investidos em outras prioridades, como em lazer, atividades culturais e melhorias para o turismo na região pantaneira. "A população precisa entender que ela faz parte do processo de fortalecimento do turismo da região. Com os equipamentos públicos preservados, a cidade recebe mais visitantes, aumenta a receita da cidade, além de gerar mais emprego e renda para toda a população", ressaltou, apontando a necessidade da união de forças para que a cidade não seja conhecida apenas por oferecer a pesca esportiva. Um exemplo é o projeto Unidos pela Fé Brasil-Bolívia – Caminhos da Fé Roteiros do Brasil, que pretende levar a peregrinação por pontos e atrativos históricos, culturais e naturais das cidades pantaneiras e bolivianas. A iniciativa só dará certo com o apoio de toda a sociedade.
Um dos pontos mais preocupantes para a Fundação de Cultura e Turismo do Pantanal é a falta de consciência cidadã que resulta em atos de irresponsabilidade praticados contra as estátuas da Via Sacra, que representam as 14 estações da Paixão de Cristo, localizadas no morro do Cruzeiro. O local de visitação proporciona uma bela vista de Corumbá, onde também está o Cristo Rei do Pantanal, monumento que vêm sofrendo com a destruição praticada por pessoas que não encontram outra forma de canalizar a sua energia a não ser a agressividade e o ataque ao patrimônio público.
Conforme Heloísa Urt, o Município não pretende diminuir sua responsabilidade na manutenção dos equipamentos públicos, mas busca mostrar que está fazendo a sua parte e precisa de auxílio. "Desde o início do mês, solicitamos à Izulina Xavier (escultora que confeccionou as estátuas) o orçamento para a restauração dos monumentos. Estamos aguardando a resposta dela para que possamos começar as obras", ressaltou. Ela adiantou inclusive que o Centro de Atendimento ao Turista (CAT), localizado no morro do Cruzeiro, será reativado. "Estamos apenas aguardando que o abastecimento de água no local seja restabelecido", explicou.
O superintendente de Turismo revelou que, desde o início do ano, oito casos de assalto a turistas foram registrados no local onde está o Cristo Rei do Pantanal. São pessoas que vêm a Corumbá e querem conhecer os pontos turísticos, mas acabam sendo vítimas de assaltantes. "Solicitamos à Polícia Militar uma ronda mais efetiva naquela região. O policiamento ostensivo é de competência das Forças Policiais e não da Prefeitura, que já realiza a fiscalização no local com homens da Guarda Municipal", disse.
As ocorrências de vandalismos se espalham por toda a cidade. Em um levantamento prévio, a Superintendência de Turismo já detectou que vários equipamentos públicos foram depredados, fazendo com que a Prefeitura gaste mais recursos para manter a cidade bonita e organizada para os turistas e toda a população. Os estragos podem ser vistos no Jardim da Independência, como foi o caso do furto da bomba d'agua dos lagos artificiais e da iluminação do coreto, além dos constantes reparos que precisam ser feitos no playground. As mesas e cadeiras construídas na praça do Porto Geral também foram destruídas. Na Praça Generoso Ponce, o problema é que vândalos danificam a estrutura utilizada como camarim em apresentações musicais.