Especial Servidor Público
"Imagine a satisfação de uma pessoa que pode dizer: ‘Esta rua fui eu quem fez'. E eu me sinto gratificado em fazer parte disso"
Há quase quatro anos, Claudemir do Nascimento, hoje com 29 anos, estava em sua casa no bairro Popular Velha, desempregado, desiludido e sem qualquer perspectiva profissional, quando foi cadastrado pela equipe de Assistência Social do programa Se Essa Rua Fosse Minha. Em seguida, foi selecionado para participar da iniciativa da Prefeitura de Corumbá, por meio da qual os próprios moradores fabricam e assentam lajotas sextavadas, pavimentando ruas e alamedas de suas comunidades.
"Eu não tinha profissão, nem trabalho, nem renda e vivia envolvido em atividades marginais, em coisas que me afastavam do bem. Até que fui escolhido e aprendi a fabricar lajotas e a pavimentar ruas", conta Claudemir, hoje instrutor do programa. Ele lembra que, no começo, pensou em fazer o trabalho de qualquer jeito, sem interesse, mas percebeu que se tratava de uma iniciativa séria, que poderia dar outro rumo à sua vida. "Comecei a aprender coisas novas a cada dia, a ganhar experiência e hoje posso dizer que tenho uma profissão, um emprego que me permite conhecer e conviver com pessoas diferentes e ajudar as comunidades. Minha vida mudou radicalmente", diz.
"Este é o papel do Se Essa Rua Fosse Minha: integrar várias áreas da Administração municipal para proporcionar renda e profissionalização aos beneficiados, tirando inúmeras pessoas de uma condição de marginalização e envolvendo a comunidade na conquista de um benefício para ela mesma", resume Luiz Carlos Alves de Arruda, o Peão, coordenador de projetos da Secretaria Especial de Integração das Políticas Sociais. "Imagine a satisfação de uma pessoa que, ao se levantar de manhã e olhar para fora, depara-se com a rua lajotada e pode dizer: ‘Esta rua fui eu quem fez'. A auto-estima dela se eleva, vai às alturas. E eu me sinto muito feliz e gratificado em fazer parte disso", acrescenta.
Responsável por toda a parte prática do programa, desde controlar o material para a fabricação das lajotas até acompanhar o assentamento nos bairros beneficiados, ele enfatiza que o maior mérito da iniciativa é aglutinar todas as áreas e levar serviços em saúde, educação e lazer às comunidades, além de embelezar as ruas e garantir uma profissão a tantos jovens. É o que confirma Claudemir: "No bairro onde eu moro, nem a polícia entrava, de tão sujo e fechado que era, com tiroteios frequentes. Depois que limpamos e lajotamos, ficou muito diferente, ficou tranquilo e podemos andar na rua a qualquer hora".
"Sem profissão, eu vivia envolvido em atividades marginais. Hoje tenho um emprego que me permite conhecer pessoas e ajudar as comunidades"
(Fatos narrados em dezembro de 2010)