Em vida, o padre Ernesto Sassida sempre declarou que não se esquecia dos amigos conquistados em Corumbá, que contribuíram para continuidade das inúmeras obras durante seu longo trabalho social. Preferia não enumerar, mas dizoa ter muitos amigos e que eles foram fundamentais para o engrandecimento da Cidade Dom Bosco, um “presente que Deus deu a Corumbá” e do qual não pode se desfazer, pregando a continuidade do trabalho iniciado há 63 anos, quando chegou á cidade, para cumprir o que ele sempre afirmava ser “um plano de Deus”.
No entanto, o padre demonstrava preocupação com o futuro, com a possibilidade de desaparecimento da Cidade Dom Bosco. Ele alegava que, caso isso ocorra, e não haja ninguém para dar continuidade ao trabalho, “quem vai sentir falta são os pobres”.
“O tempo está passando, o bonde anda devagar, mas muito mais poderia ser feito com colaboração, entusiasmo, sem interesse próprio”, comentava. E é por isso que ele, na época, já demonstrava preocupação em deixar a “máquina” em condições de ser tocada por outro maquinista quando “Deus me chamar”.
“Amo Corumbá”, enfatizava padre Ernesto, continuando: “Amo o povo corumbaense, o pobre, a criança, preocupo-me com o futuro, com o mundo de violência, quando vejo uma criança no colo da mãe. O futuro é preocupante. O que vai ser. Isto depende de todos. Se a obra andar bem, não faço falta, sou o maquinista. Se o carro é bom, com qualquer um vai para frente. Por isso trabalho para deixar em condições para que quando outro assumir, tenha sequência, sem falhas”.