Prefeito prega mudança de atitude e educação no Meio Ambiente

Você separa lata de alumínio do lixo comum? Fecha a torneira enquanto escova os dentes? Apaga a luz de um cômodo ao se dirigir a outro ambiente? Guarda o papel da bala no bolso até encontrar um lixo para descartá-lo? Utiliza sacola retornável, a chamada ecobag? E na sua casa, já trocou todas as lâmpadas por fluorescentes? Se a maioria das suas respostas foi negativa, talvez seja o caso de participar da 4ª Conferência Intermunicipal do Meio Ambiente. Se não foi, também.

 

Na solenidade de abertura do evento, que acontece no Centro de Convenções do Pantanal Miguel Gómez e neste ano destaca a “Política Nacional de Resíduos Sólidos”, o prefeito Paulo Duarte destacou a importância da mudança de atitude e da educação. “Nosso comportamento está muito aquém do mínimo necessário. Se ninguém mentiu (na enquete de 14 questões feita junto à plateia, que revela o nível de responsabilidade ambiental de cada um), nenhuma pessoa aqui passou de 10 respostas positivas”, desafiou. “O que separa o Brasil do Primeiro Mundo não é a economia, nem o emprego. O problema é a nossa falta de educação, visível nas atitudes. Que cidade, que estado, que País deixaremos para as futuras gerações? E também não é por falta de leis. O que precisamos é cumpri-las! E mais do que tudo, precisamos de mudança de atitude”, acrescentou.

 

O prefeito ratificou a importância de todos participarem de eventos como a 4ª Conferência Intermunicipal do Meio Ambiente, que se encerra nesta quarta-feira, 12, e representa a oportunidade de sociedade civil, empresarial, ONGs e órgãos públicos de Corumbá e Ladário discutirem juntos contribuições sobre o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, deliberações que posteriormente serão levadas a âmbito estadual e federal. “Na década de 70 e 80 nos calamos diante do rio Taquari e hoje a perda estimada de território produtivo em Corumbá passa de 1,5 milhão de hectares com o assoreamento e a cheia permanente do rio, uma irresponsabilidade! Agora estamos nos calando com as PCHs, as Pequenas Centrais Hidrelétricas, que estão sendo construídas ao longo do rio Paraguai, prejudicando a qualidade da água, reduzindo a vazão e causando danos ao Meio Ambiente”, advertiu. “Todos nós somos responsáveis por isso e não podemos nos calar novamente”.

 

A diretora-presidente da Fundação de Meio Ambiente do Pantanal, Luciene Deová, classificou como uma “feliz coincidência” o fato de uma conferência tão importante que discutirá a política de resíduos sólidos acontecer praticamente na mesma semana de lançamento do programa de Coleta Seletiva de Corumbá.  “Discutir a Lei 12.305/2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos contribuirá muito para debatermos e amadurecermos também formas de trabalhar nossa gestão de resíduos, em âmbito municipal, os aterros sanitários, sistemas de coleta seletiva, de geração de renda”, comemorou Luciene, que lembrou que as conferências intermunicipais de 2008 tiveram papel fundamental para dar celeridade à aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que já tramitava no Congresso e no Senado Federal há 21 anos.

 

Sobre a Coleta Seletiva, aliás, o prefeito Paulo Duarte garantiu que chegou em Corumbá para ficar mas que, para dar certo, não depende só do Poder Público. “Aqui em Corumbá Coleta Seletiva não será modismo, todos terão de praticar. Vamos exigir que todos façam sua parte. Não adianta cobrar só do Poder Público. Vamos cobrar, pois a lei tem de valer para todos, começando por aqueles que tem mais condições. Os grandes geradores de lixo tem de destinar o lixo ao local adequado, levando-os aos aterros sanitários”, disse, em clara menção às médias e grandes empresas. Mas não eximiu de responsabilidade os menores, que também tem importância para o sucesso da coleta seletiva em Corumbá. “Temos de mudar primeiro na nossa casa, nossa rua, nosso bairro, até que efetivamente tenhamos uma cidade melhor para nós e para as futuras gerações”, acrescentou.

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