Cidades que trazem heranças culturais da época quando integravam um só estado e ainda compartilham uma mesma riqueza da natureza: o Pantanal. Pontos em comum que colocaram frente à frente lideranças políticas das cidades de Poconé e Cáceres, em Mato Grosso, e de Corumbá e Ladário, em Mato Grosso do Sul, na tarde desta 6ª feira, 13 de setembro.
Uma comitiva de lideranças políticas e empresários das cidades mato-grossenses desembarcou em Corumbá para uma série de visitas com o intuito de abrir novamente um canal de diálogo entre os dois Estados vizinhos. Recepcionadas pelo prefeito de Corumbá, Paulo Duarte, no Centro de Convenções do Pantanal Miguel Gomez, as lideranças e empresários de mato Grosso se juntaram a representantes de vários setores locais.
A intenção foi fazer um levantamento de toda potencialidade das regiões e descobrir meios como essas cidades podem interagir de forma a aproveitarem conjunta e ordenadamente o grande potencial econômico, turístico e ambiental dos municípios pantaneiros dos dois estados.
O grupo que visita Corumbá é liderado pelo secretário estadual de Meio Ambiente de Mato Grosso, José Esteves de Lacerda Filho, que apontou. “Somos donos desse patrimônio (Pantanal) e não sabemos o transformar em riquezas. Hoje, quem está discutindo o Pantanal é o mundo e não a gente”, afirmou ao ainda destacar que é preciso elevar o IDH e a renda per capta das cidades de fronteira.
Diálogo aberto
Por sua vez, o prefeito de Corumbá, Paulo Duarte mostrou forte inclinação para o que chamou de um “encontro de reaproximação”. Ele destacou que é prática de sua forma de governar a junção de esforços em busca de melhorias tanto para a cidade quanto para a população.
“Estamos há nove meses na gestão e insistentemente procuramos parceiras, sejam elas com os Poderes, com o setor privado e de serviços. Que esse encontro possa significar o começo de uma relação de parceria. Estamos dispostos a isso, inclinados ao diálogo franco e aberto”, disse o chefe do Executivo corumbaense ao ressaltar que os pontos e metas traçados ao longo deste e futuros encontros tenham vigor para “saírem do papel”.
Destacando a vocação natural da cidade de Corumbá, Paulo Duarte falou brevemente sobre as potencialidades e limitações locais como a questão da industrialização que esbarra nas questões ambientais, outro ponto tocado na reunião. Falou-se ainda sobre a necessidade da unificação de legislações ambientais dos dois estados com a chamada Lei do Pantanal.
Pauta
A principal proposta trazida pelo grupo mato-grossense, dentro do âmbito econômico, foi a de utilizar a estrutura da hidrovia Paraguai-Paraná para o escoamento da produção de soja daquele estado que, hoje, gira em torno de 40 milhões de toneladas. Ao invés de se utilizar as estradas para a chegada dos grãos até aos portos de Santos e Paranaguá, os produtores passariam a usar as barcaças que trafegam pela via fluvial. A hidrovia também é vislumbrada pelos mato-grossenses como ponto meio de transporte para os produtos que devem ser produzidos na ZPE (Zona de Processamento de Exportação) do estado vizinho prevista para início das operações daqui cerca de dois anos.
A expectativa da comitiva visitante é que já em 2014, os empresários mato-grossenses possam escoar as produções pela Paraguai-Paraná, segundo afirmou em sua explanação o presidente da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso), Vanderlei Reck Júnior.
Também foram colocados em pauta na reunião conduzida pela diretora-presidente da Fundação de Meio Ambiente do Pantanal, Luciene Deová: a conclusão da Estrada parque Poconé-Corumbá e o Decreto Federal n° 6737, de 12 de janeiro de 2009, tratando do Acordo Brasil/Bolívia – Classificação das Cidades Gêmeas.