Reformado, Adiles de Figueredo acolhe com dignidade crianças privadas de convívio familiar

Depois de uma grande reforma promovida pela Prefeitura Municipal de Corumbá, a Casa de Acolhimento Adiles de Figueiredo Ribeiro passa, a partir de agora, a receber com nova estrutura as crianças que estão sob medida protetiva e que foram privadas do convívio da família, por esta não estar desempenhando seu papel de cuidado e proteção, ou ainda aquelas crianças que tiveram seus direitos violados.

 

A nova estrutura foi entregue na manhã desta terça-feira, 16 de setembro, em ato onde estiveram presentes, além do prefeito de Corumbá, Paulo Duarte, secretários municipais, representantes do Poder Judiciário e de entidades que desempenham trabalhos sociais voltados à infância.

 

Maurício Santos, juíz da 1ª Vara Cível da Comarca de Corumbá, destacou a importância dos recursos investidos pela Prefeitura Municipal no tocante à área da infância. Para o magistrado, o retorno desses investimentos são sólidos e benéficos à sociedade.

 

“Em tese, sob uma primeira ótica, não geram retorno financeiro para o município. Ocorre que, pelo contrário, o que se pode afirmar é que os índices de redução de pobreza, o desenvolvimento sócio-econômico se fomenta através de investimentos nas crianças e, inclusive, em entidades de acolhimento como essa. Muitas dessas crianças retornam para casa com hábitos e rotinas saudáveis e elas mesmas acabam por recuperar essas famílias. Logo o exemplo de orientação, de carinho e de cuidado é digno de nota e a atitude do Município nessa entidade trará grandes frutos para o município”, avaliou.

 

Com recursos próprios, a Prefeitura promoveu reformas na edificação abrangendo: cozinha com ampliação e implantação de estrutura com laje; dispensa com implantação de prateleiras de alvenarias; dormitórios com implantação de armários embutidos, melhorias nas salas administrativa e da equipe técnica, cobertura do prédio em geral, e ainda a construção de quadra coberta; espaço lúdico para brinquedoteca e playground coberto.

 

A secretária municipal de Assistência Social e Cidadania, Andrea Cabral Ulle, comentou que tanto quanto a necessidade da estrutura física que promova, de fato, a sensação de acolhimento, é preciso uma equipe dedicado ao trabalho com essas crianças que se encontram temporariamente privadas do convívio familiar.

 

“Essas crianças tiveram que romper vínculos com aqueles de quem eles mais esperava, porque esperamos dos nossos familiares aquele carinho, atenção e, infelizmente num determinado momento romperam esse vínculo e nós temos essa obrigação de promover a proteção social”, disse ao falar sobre o papel da secretaria dirige as ações.

 

A rotina de atendimento das crianças no abrigo Adiles de Figueiredo Ribeiro envolve não apenas o atendimento psicossocial, orientação e apoio, mas sim todas as atividades comuns da vida diária como: refeições, higiene, repouso, frequencia a rede regular de ensino e lazer.

 

As crianças permanecem em tempo integral na casa de acolhimento até a família se reestruturar e, tão logo seja possível, inicia-se com determinação judicial o processo de reinserção familiar, através de equipe técnica multidisciplinar, composta por assistente social, psicólogas e pedagoga.

 

Acolher com dignidade

 

O prefeito Paulo Duarte conheceu todos os cômodos da Casa de Acolhimento e recordou do lugar como era há cerca de um ano atrás quando o visitou em companhia da secretária de Assistência Social e Cidadania.

 

“Hoje, podemos dizer que essa casa acolhe as crianças, o estado em que se encontrava há quase um ano atrás me fez tomar a decisão pela reforma que, na verdade, em certos setores, foi uma construção. Não estamos preocupados se estas obras terão retorno financeiro e, sim, se elas terão utilidade para a população. As obras só fazem sentido se atendem aos anseios do povo. Nesse caso, oferecer dignidade a essas crianças é mostrar respeito para com o futuro”, declarou o chefe do Executivo que foi além ao lembrar a necessidade de um diálogo franco sobre o planejamento familiar.

 

“Temos que dialogar ao invés de tratarmos esses temas como tabu. Temos que dialogar de forma profunda, eles precisam ser debatidos para que não vejamos tantas cenas se repetirem de mulheres jovens com muitos filhos e sem condições de oferecer-lhes uma criação com dignidade. É certo que temos que acolher as crianças, mas também responsabilizar os pais para não terceirizar a criação dos filhos”, avaliou Duarte.

 

A reforma do abrigo Adiles de Figueiredo Ribeiro integrou parte da programação de aniversário dos 236 anos de Corumbá.

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