Vivo alega que interferência da Bolívia prejudica sinal em Corumbá

O sinal das empresas de telefonia móvel da Bolívia está prejudicando o serviço da Vivo em Corumbá.  Pelo menos foi esta a justificativa apresentada pela operadora brasileira ao prefeito Paulo Duarte, durante reunião realizada na noite dessa quinta-feira, 21 de maio.

 

A diretora de Relações Institucionais da Vivo, Alessandra Lugato, afirmou que a empresa fez e continua fazendo investimentos, principalmente em estrutura, para tentar minimizar o problema, mas que uma solução definitiva depende de um acordo formal com o País vizinho.

 

“Somos tão vítimas dessa situação quanto os consumidores”, afirmou a executiva, que destacou ainda a importância da atuação firme do Poder Público Municipal no tema. “A Prefeitura de Corumbá sempre foi muito aberta com a gente. Já as tratativas com as empresas bolivianas têm sido bastante difíceis”, argumentou.

 

O prefeito Paulo Duarte lembrou que Corumbá é uma cidade turística, onde o fluxo de pessoas é intenso durante todo o ano e cobrou uma solução para o problema que se arrasta há anos. “Confesso que estou decepcionado porque até o momento não foi apresentada nenhuma alternativa definitiva para acabar com essa situação caótica”.

 

O prefeito ainda criticou a ausência de representantes da Anatel (Agência Nacional de Comunicações) no encontro, promovido pela Fundação Municipal de Defesa dos Direitos do Consumidor (Procon). “A Anatel confirmou presença, mas infelizmente não compareceu, demonstrando total falta de respeito e descaso com a população da cidade”, criticou Duarte.

 

“Se for necessário, vamos nós mesmos procurar as empresas da Bolívia para tentar esse entendimento”, completou o prefeito, que considerou o envolvimento do Ministério da Justiça um importante avanço. “A presença do coordenador geral de Estudos e Monitoramento de Mercado da Secretaria Nacional do Consumidor, do Carlos Chagas Ferreira de Souza, nessa reunião foi extremamente proveitosa”, concluiu.

 

“Quando falamos em telecomunicações, temos que envolver todos os atores responsáveis por isso. Não é só uma questão só da agência reguladora, só da operadora, mas os ministérios também precisam estar envolvidos. Por ser uma área de fronteira, o interesse do Ministério da Justiça não é só envolvendo as relações de consumo, mas é estratégico”, explicou Carlos Chagas.

 

“Essa é uma área que tem necessidade de uma atenção específica, justamente por essa posição. Sendo uma cidade de fronteira, as telecomunicações são essenciais. Tem que funcionar e tem que funcionar bem”, prosseguiu o representante do Ministério da Justiça, demonstrando otimismo para a solução do problema.

 

“A partir dessa reunião vamos conseguir desdobramentos muito interessantes, não só para Corumbá, mas para toda área de fronteira. O que o Ministério de Justiça puder fazer para estar levando esse pleito de Corumbá, tentando solucionar o mais brevemente possível essa situação, estaremos fazendo”, concluiu o coordenador.

 

A diretora-presidente do Procon de Corumbá, Andrea Ulle, e a superintendente estadual dos Procons de MS, Rosimeire Cecília da Cruz, também participaram da reunião. 

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