LIRAa comprova: focos do Aedes estão concentrados nos imóveis habitados

Uma triste realidade: 91,66% dos focos de infestação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue e da chikungunya, estão no interior dos imóveis habitados localizados na área urbana de Corumbá. Apesar de todo trabalho que tem sido desenvolvido pelas equipes de agentes de endemias e dos agentes comunitários de saúde da Secretaria de Saúde da Prefeitura, a estatística comprova que parte da população não tem feito o trabalho de casa, eliminando os depósitos predominantes, contribuindo assim para a proliferação do mosquito.

 

Para se ter uma ideia, o último Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa), detectou uma incidência de 1,4% de infestação do mosquito na área urbana de Corumbá. E esse trabalho, mais uma vez, apontou que 91,66% dos focos estão no interior dos imóveis habitados, sendo 83,33% nos depósitos de armazenamento de água ao nível do solo, e 8,33% nos pequenos depósitos móveis (vasos e pratos de plantas, frascos com plantas, bebedouros de animais, entre outros).

 

Esta estatística está causando grande preocupação à Prefeitura de Corumbá. “As ações de prevenção e de combate à dengue e à febre chikungunya na cidade são constantes. Os agentes de endemias e os agentes comunitários de saúde realizam um trabalho intenso, inclusive orientando a população sobre estas duas doenças e como eliminar os focos. Apesar disso, ainda encontramos focos no interior dos imóveis habitados”, informou a assessora Executiva da Secretaria de Saúde, Célia Maria Flores.

 

Ela observa que nas ações, os agentes buscam eliminar os focos existentes fora das residências, como em terrenos baldios e lixos, com participação de outras equipes da Administração Municipal e até das Forças Militares (Marinha e Exército).

 

“Nos arrastões, as equipes até entram nos quintais das residências para eliminar os criadouros, mas a população tem que fazer sua parte, mantendo tudo sempre limpo, sem recipientes que possam acumular água. Não pode ficar esperando pelo Poder Público que tem outras funções a cumprir. Se os moradores fizerem sua parte, mantendo a limpeza, com certeza o resultado será outro e deixaremos de ver resultados como do último LIRAa que detectou que mais de 90% dos focos estão no interior dos imóveis habitados”, reforçou.

 

Dados preliminares da ação emergencial no controle da dispersão do vírus importado da febre chikungunya realizada na região onde reside a pessoa infectada na manhã desta quinta-feira, 23, mostrou mais uma vez que os focos estão, em sua maioria, no interior dos imóveis habitados.

 

O trabalho foi realizado no perímetro das ruas Colombo, Geraldino Maciel de Barros (Oriental), América e 1º de Abril. Só na parte da manhã, 50 imóveis foram vistoriados, 40 habitados e 10 fechados, para eliminação de focos de proliferação do Aedes aegypti.

 

Foram encontradas larvas do Aedes nos depósitos de água a nível de solo, baldes, vasos de plantas, ralos com grelhas, em caixas de água suspensa sem tampa, lixo, garrafas pets, sacolas plástica, entre outros.

 

No imóvel do caso positivo para chikungunya, por exemplo, foram encontros focos do mosquito em ralos com grelha abertos, e até mesmo a presença do mosquito flebótomo (palha), transmissor da leishmaniose, além de muita matéria orgânica, resto de podas e presença de cães.

 

“As equipes orientaram os moradores, principalmente no que se refere a medidas educativas de prevenção e higiene; orientação para coleta de sangue canino (leishmaniose), além da coleta de material dos demais membros da família, por parte da Vigilância Epidemiologia, para chikungunya”, disse Célia.

 

Ela informou ainda que toda a região foi borrifada com utilização de duas bombas costais motorizadas. Além disso, será feita a retirada do resto de podas em estado de decomposição, com utilização de veículos da Prefeitura Municipal. Nestes locais também foram detectadas presença dos vetores.

 

Durante os trabalhos, moradores da Alameda Santa Helena, em frente à quadra do caso positivo de chikungunya, a Prefeitura também iniciou uma ação emergencial, atendendo pedido dos próprios moradores que, conscientes, abriram as portas de suas residências para as equipes realizarem inspeção interna e externa.

 

Em uma das residências, os agentes detectaram a presença do vetor alado em uma caixa de degelo de um refrigerador. Outros foram encontrados em ralos com grelha aberta, para receber agua servida.

 

Mas, nem todos abriram as portas para a ação. O controle químico, por exemplo, foi realizado em 10 casas e seis terrenos baldios pela manhã. Os moradores assinaram uma lista, concordando com a realização do trabalho. Nos casos de recusa, os próprios agentes assinaram, informando que o morador não concordou com a realização do serviço no interior do imóvel. 

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