A literatura também tem seu espaço no Festival América do Sul com a realização do Quebra-Torto com Letras, um café da manhã pantaneiro com bate-papo sobre literatura, que acontece no Instituto Moinho Cultural Sul-Americano como já é tradição e têm início nesta sexta-feira, 21 de agosto, às 08h30.
O “Quebra-torto Literário” traz para o público participante do Festival América do Sul Pantanal uma mostra do fazer literário sul-mato-grossense, apresentando autores de diferentes tendências e gêneros literários, aproximando o leitor da voz que singulariza a vida, narra a descontinuidade, relata paixões e dá concretude e poder à imaginação. Trata-se de um momento de encontro do leitor com o escritor, da possibilidade de um diálogo direto e de ouvir leituras de textos pelo próprio autor.
Programação
Dia 21 de agosto – Soltando os bichos e as palavras – o encontro da literatura com a natureza e a cultura popular, nas obras de Ciro Ferreira e de Paulo Robson e com as redes sociais, na obra de Patrícia Pirota. Os três autores falam de suas experiências com a leitura e a literatura.
Ciro Ferreira é professor de teatro e contador de histórias. Autor dos livros Onde está? e Trinta trava-línguas triturados, dirigidos ao público infantil, ilustrados por Thiago Pereira e Raquel Alvarenga. Busca na cultura popular jogos linguísticos a partir dos quais desenvolve sua obra.
Paulo Robson de Souza é poeta, biólogo, professor da UFMS. Autor do livro Animais Mais Mais – música, poesia e muito mais. O autor utiliza o conhecimento científico, como estudioso da flora e da fauna do Pantanal, como ponto de partida para o trabalho poético e musical. Vale-se também da cultura popular na composição de sua obra.
Patrícia Pirota é professora de literatura na rede pública de ensino, em Campo Grande. Blogueira wannabe, tuiteira entusiasmada, e leitora nas horas vagas. Utiliza o blog para indicações de leituras literárias, de filmes, músicas e etc. Publicou o livro Seu moço, uma reunião das suas postagens no blog.
Dia 22 de agosto – O poeta, o narrador e o historiador – as diferentes vozes narrativas e suas particularidades. Em que momento se manifestam e quais suas perspectivas?
Henrique de Medeiros – Corumbaense, publicitário, jornalista, escritor e editor, autor dos livros de poemas e contos “O Azul Invisível do Mês que Vem”, “Pirâmide de Palavras” e “Que as Dores se Transformem em Cores”, além de roteirizar e editorar a biografia memorialista do ator David Cardoso. O cotidiano é o ponto de partida para reflexões poéticas ora intimistas ora apenas constatando as marcas da realidade.
James Jorge Barbosa Flores – Jornalista, professor e escritor. Autor dos livros Na fronteira; Na fronteira – de novo e Linhas secas/cursos d’água de front&ira. Natural de Jardim, MS, suas narrativas partem das histórias ouvidas na infância, de recordações, do folclore, dos causos e histórias familiares. A tradição e o contemporâneo, as mudanças na cultura de peões e fazendeiros, das paisagens, tudo o que cheira, canta, pensa, trabalha e ama Mato Grosso do Sul.
Maria do Carmo Brazil – Historiadora, pesquisadora e professora. Publicou, entre outros, Rio Paraguai. O Mar interno brasileiro, resultado de anos de pesquisa para sua tese de Doutorado, na Universidade de São Paulo, consultando arquivos e entrevistando pessoas. A autora apresenta a história do Rio Paraguai também como narradora. Como se separam as diferentes formas deste relato historiográfico?
Marly Teixeira Morettini – Pedagoga, pesquisadora. O livro Cancioneiro Popular – Crônicas de um lugarejo traz contos e casos na forma de cordel, na buscando os mitos que compõem a memória de seus contadores. Retoma a tradição da literatura oral, posicionando-se como um narrador que conta a vida a partir dela mesma ou recriada pela imaginação centrada no mito.
A mediação dos encontros será feita por Maria Adélia Menegazzo, professora da UFMS e curadora do Quebra-torto Literário – 2015.