O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) melhora a vida dos pequenos produtores rurais de Corumbá. Muitos deles estão aproveitando o lucro com a venda do que produzem direto à Prefeitura e investindo em suas propriedades, ampliando a área para plantio, ou até mesmo adquirindo animais que vão permitir diversificar a produção.
É o caso específico de Maria Ivanilda da Silva, 39 anos, que possui um sítio com o marido, Valdemir Mendes de Souza, 32 anos, no Tamarineiro II Sul. Logo que o Governo Federal depositou o pagamento em sua conta bancária, não pensou duas vezes: comprou oito vacas para aumentar a criação e diversificar a produção.
“O que ganhamos nas feiras é para manter a casa, a família. Já o dinheiro do PAA é para investir na criação, na propriedade”, diz Maria. “E já estamos pensando furar um poço para ampliarmos a plantação irrigada em 2016”, revelou Valdemir.
E os dois demonstram otimismo. Eles integram um grupo de 205 agricultores familiares inscritos no PAA, que estão entregando parte do que produzem no campo para a Prefeitura, por meio de compra direta. Isto, além de incentivar a agricultura familiar e aumentar a renda, está melhorando a refeição de pessoas em situação de insegurança alimentar, atendidas pelas instituições assistenciais do Município, e também dos alunos da Rede Municipal de Ensino (Reme).
Maria Ivanilda se inscreveu no PAA em 2014, mas acabou ficando fora, optando por continuar somente nas feiras-livres. Segundo ela, na época, o programa ainda estava desacreditado por todos, diante do que havia ocorrido em anos anteriores. Mas, voltou a acreditar nessa iniciativa do Governo Federal, responsável pelo PAA, em parceria com a Prefeitura.
“Achava que não iria dar conta dos dois, entregar no PAA e na feira que garante a alimentação em casa. Mas, entramos e está sendo muito bom para nós. Recebemos a primeira parcela e já aproveitamos para investir. Vamos continuar assim e investir mais com a perfuração de um poço visando plantio irrigado, fora de época, para termos produtos para entregar o ano todo”, disse a agricultora.
Confiança
Ela lembra que o programa estava desacreditado e muitos produtores desistiram. O secretário de Produção Rural, Pedro Lacerda, lembra que a retomada do Programa de Aquisição de Alimento foi um pedido dos próprios produtores ao prefeito Paulo Duarte. “Iniciamos em 2014 com 159 agricultores e, hoje, estamos com 205. Isto mostra o crescimento e confiança dos produtores na administração do prefeito Paulo Duarte”, explicou.
O secretário informou ainda que, este ano, a parceria viabilizada entre a Prefeitura e o Governo Federal, por meio do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate a Fome, disponibilizou a importância de R$ 713.870,70 para compra de parte da produção oriunda da agricultura familiar praticada por 205 pequenos produtores.
“Nesta primeira parcela, o Governo Federal liberou R$ 125 mil direto aos produtores, via agência bancária. Isto incentiva estas pessoas a continuar produzindo”, ressaltou, lembrando que, este ano, a previsão é comprar 383.860 quilos de gêneros alimentícios que estão atendendo 45 instituições, beneficiando mais de 35 mil pessoas.
No sítio de 18 hectares, Maria e Valdemir plantam de tudo um pouco: mandioca (inclusive uma especial batizada de cenoura devido à sua cor), abóbora, pimentão, quiabo, acerola, manga, limão, entre outros. Agora, com dinheiro no bolso, o casal pensa de forma positiva no futuro. Além das cabeças de gado (comprou oito e está com 18 hoje), a meta é furar o poço, ampliar a área de plantio e diversificar, inclusive com uma horta.
Vilma também demonstra otimismo com o programa. Ela e esposo já planejam ampliar área de plantio (Foto: Marcos Boaventura)
Aumentar produção
Vilma Carvalho Braga dos Santos, 45 anos, é outra produtora satisfeita com o PAA. Ao lado do marido, Manoel Pedro dos Santos, 62, está no programa há dois anos. “Está sendo ótimo, maravilhoso”, diz, lembrando que no sítio a família produz de tudo um pouco.
“Aqui produzimos alface, salsinha, cebolinha, coentro, pimentão, tomate, abóbora, mandioca, banana…”, diz. “Além do programa entregamos também para os feirantes e para o Programa Nacional de Alimentação Escolar e até para Ladário”, revela Vilma enquanto caminhava pela horta repleta de pequenos pés de alface e outros tipos de verdura.
A exemplo de Maria Ivanilda e Valdemir, o casal também está preocupado em investir e aumentar a produção. O primeiro passo foi perfurar um poço, importante para irrigação. Investiram também em um barracão e, agora, vão ampliar a área produtiva, para atender os dois programas, as feiras livres e Ladário.
O coordenador do PAA, Gilberto dos Santos Souza, informou que a primeira parcela, referente ao período de 30 de junho (quando houve a primeira entrega) e 30 de agosto, foi liberada na semana passada pelo Governo Federal. O valor total chegou a R$ 125 mil.
Na visita feita aos produtores na segunda-feira, 05, pela manhã, Gilberto e Eliane Fátima de Souza, também da Secretaria de Produção Rural, conversaram bastante com os agricultores que recebem também assistência técnica da Prefeitura.
Eles relembraram as dificuldades para fechar o programa em 2014. “Estava muito desacreditado. Ficava até três dias por semana nos assentamentos conversando com os produtores, tentando animá-los para retornar. Hoje está sendo um sucesso e a gente fica feliz com tudo que está acontecendo”, revelou Eliane.