O índice de infestação do Aedes aegypti na cidade caiu de 4,99% para 3,47%. A informação é da própria Secretaria de Saúde da Prefeitura de Corumbá que, na manhã desta quarta-feira, 27, comandou a reunião do Comitê de Combate à dengue.
A queda, no entanto, não é motivo para comemoração e, por isto mesmo, os serviços estão sendo intensificados cada vez mais para eliminar os focos de proliferação do mosquito que transmite a dengue, chikungunya, zika vírus e a febre amarela.
O resultado do último levantamento foi divulgado pela coordenadora do Centro de Controle de Vetores (CCV), Grace Bastos. Ela lembra que, no LIRAa (Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti, realizado entre os dias 04 e 08 de janeiro, o índice ficou foi semelhante ao do início de janeiro de 2014, que foi de 4,63.
“É uma situação que nos preocupa muito já que em 2014, o segundo ciclo do LIRAa registrou um percentual de 8,11%. Não queremos que isto ocorra agora. Por isto temos que continuar atentos, intensificando cada vez mais estas ações”, pregou a coordenadora.
A reunião do Comitê foi comandada pela secretária de Saúde Dinaci Ranzi. Ela fez um balanço das ações realizadas em janeiro e mostrou preocupação com a grande quantidade de materiais retirados dos imóveis localizados em vários pontos da cidade, principalmente nos bairros Cristo Redentor, Beira Rio e Aeroporto.
Explicou que, ao lado de parceiros, estão sendo desenvolvidos serviços importantes, inclusive de conscientização, orientando moradores sobre os riscos que eles correm, mantendo os imóveis sujos, com focos em potencial do mosquito e de outras doenças.
“Encontramos residências em estado de extrema calamidade. Notificamos e quando retornamos, encontramos tudo limpo”, disse, se referindo a uma ação realizada no Cristo Redentor, reforçando a necessidade de eliminar todo tipo de material inservível, focos em potencial de proliferação do Aedes aegypti. Fez até um pedido ao vereador Tadeu Vieira, presidente da Câmara, presente à reunião, focando a necessidade de rever o Código Sanitário.
Dinaci citou que, com apoio de parceiros, está sendo possível realizar um trabalho em toda a cidade, como forma de conscientizar a população. Nas palestras estão sendo apresentadas imagens das situações encontradas em vários imóveis, terrenos baldios e outros locais, na tentativa de fazer com que exemplos como estes não sejam seguidos. “E a nossa preocupação não é só com a dengue, chikungunya, zika vírus e febre amarela. Temos também a gripe H1N1, a leishmaniose, raiva e outras doenças que precisamos trabalhar firme, vencer esta guerra”, concluiu.
Números
A coordenadora de Vigilância Epidemiológica, enfermeira Mariangela Capurro de Paulo, apresentou números da dengue das três primeiras semanas epidemiológicas: 97. Foram 29 notificações na primeira, 33 na segunda e 35 na terceira, bem acima do mesmo período em 2015, que ficou com 35.
Para ela, isto se deve ao grande volume de chuvas neste período. Lembrou que 2015 fechou com 819 notificações, sendo 26 positivos. Este ano ainda não teve caso positivo confirmado.
Já em relação à chikungunya, dois casos foram notificados no ano, nos bairros Guaná e Maria Leite. Sobre zika vírus, citou que há um caso suspeito de uma pessoa que chegou do Rio de Janeiro e dois dias depois apresentou os sintomas que são semelhantes aos da dengue. “Fizemos a coleta e estamos aguardando o resultado do exame”, citou.
Presentes à reunião desta manhã, representantes da Marinha do Brasil, do Exército Brasileiro, Polícia Militar, Sanesul, Câmara de Vereadores, além de técnicos das pastas que integram a administração pública, agentes de saúde e agentes de endemias.