Voltado ao combate de exploração sexual, Corumbá recebe Proteger é Preciso

O prefeito de Corumbá, Paulo Duarte, marcou presença no lançamento do Programa Proteger é Preciso, que será desenvolvido no município pantaneiro por iniciativa da Fundação Vale, empresa Vale e Moinho Cultural Sul-Americano. Além do chefe do Executivo, fizeram-se presentes no auditório do Moinho Cultural autoridades civis e militares, além de representantes de instituições ligadas à proteção de crianças e adolescentes.

 

O objetivo do Proteger é Preciso é desenvolver ações educativas para a promoção do protagonismo infanto-juvenil e para a prevenção e o enfrentamento à violência sexual, através da mobilização e engajamento da comunidade em com as organizações sociais que compõe a rede de promoção e proteção social. O trabalho rendeu à Vale, em 2013, o prêmio Neide Castanha da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, na categoria responsabilidade social.

 

O gerente de operações da Vale em Corumbá, Olemar Tibães, falou sobre o difícil momento econômico pelo qual atravessa o mercado do minério, porém frisou os investimentos na região e citou o desenvolvimento do Programa Proteger é Preciso que demandará, segundo o executivo, 300 mil reais.

 

“Infelizmente um grave problema no Brasil hoje é o desrespeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente. Somente em 2015, o Disque 100 recebeu 137 mil notificações, com o abuso sexual de vulnerável no topo do ranking e nesse mesmo ano, o nosso Estado, liderou o ranking per capta de denúncia. Como nem todos usam esse canal, a gente pode imaginar que esses números são muito maiores”, disse ao explicar o motivo pelo qual desenvolver o programa em nossa região.

 

Em Corumbá, o Instituto Moinho Cultural foi escolhido pela experiência de onze anos de atuação com crianças e adolescentes na região de fronteira, marcada pela desigualdade social, violência, tráfico de drogas e exploração sexual.

 

Duarte também destacou a importância do Instituto para o município e região ao longo desta mais de uma década de atuação. Ele frisou dos esforços que são empregados para que o Moinho continue atendendo centenas de crianças e adolescentes, mas ao falar sobre o cuidado com esses pequenos cidadãos, Duarte não se esquivou de observar o papel decisivo da família.

 

“Fala-se muito em proteção da criança e do adolescente, mas há pouca cobrança em relação aos pais. Chamar à família para sua responsabilidade, nós tivemos problemas muito sérios e graves no país e programas como esse são fundamentais”, disse Paulo após conhecer a metodologia de trabalho que será aplicada na região.

 

O Proteger é Preciso é dividido em 5 fases. Na primeira é realizado um pré-lançamento com roda de conversa e atividades lúdicas na Escola Rural Maria Coelho e na Comunidade Porto Esperança, envolvendo alunos e familiares.

 

Na segunda fase, serão formados grupos multiplicadores, que participarão de oficinas de capacitação, e divididas as tarefas e responsabilidades das escolas e munícipios. Já na terceira, serão promovidas oficinas e rodas de conversa nas escolas situadas na área de abrangência do projeto, que também produzirão um vídeo sobre a temática. Nestas oportunidades, serão identificados e capacitados alunos e professores com perfil de  multiplicadores para atuar em suas escolas.

 

Para a quarta fase, está previsto um concurso de redação entre os participantes para estimular a reflexão dos temas apresentados. Os vencedores do concurso serão revelados em evento no Moinho Cultural, com apresentações artísticas e leitura das redações premiadas. Na última etapa, os resultados do Proteger é Preciso serão levados para as comunidades urbanas e rurais, escolas, organizações governamentais e não governamentais envolvidos.

 

A Vale e a Fundação Vale entendem que é dever de todos zelar pela garantia dos direitos da criança e do adolescente. “Todos nós, cidadãos, empresas, governo e sociedade somos corresponsáveis pelo enfrentamento desse mal que afeta a sociedade brasileira. A primeira atitude é não se omitir, lembrando para nós mesmos que o problema existe e precisa ser enfrentado e denunciado”, afirma Isis Pagy, Diretora-Presidente da Fundação Vale.

 

Também estiveram presentes à cerimônia de lançamento que aconteceu na tarde desta terça-feira, 22 de março, a vice-prefeita, diretora-presidente da Fundação de Meio Ambiente do Pantanal e fundadora do Moinho Cultura, Márcia Rolon; a secretária municipal de Educação, Roseane Limoeiro; o vereador João Lucas; e o juiz Maurício Cleber Miglioranzi Santos.

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