Participando da solenidade de celebração do sesquicentenário da Retomada de Corumbá, o prefeito Ruiter Cunha de Oliveira destacou que o dia 13 de junho marca, para o município,“ um ato heróico dos homens brasileiros que lutaram bravamente para devolver esta cidade ao seu povo”. Ressaltou que os corumbaenses não podem “esquecer de agradecer a Antônio Maria Coelho, Cunha e Cruz e tantos homens que moldaram o que significa servir à pátria” e a “instituições como o Exército Brasileiro e a Marinha do Brasil, que tiveram papéis decisivos nesta guerra que marcou a nossa história tão profundamente”.
Ruiter enfatizou que os 150 anos da Retomada podem ser “celebrados num ambiente de integração e cooperação com os nossos irmãos dos países vizinhos. A batalha da Retomada de Corumbá ajudou a forjar a nossa identidade enquanto corumbaenses e também enquanto brasileiros, mas a postura fraterna dos dois países vizinhos permitiu o ambiente pacífico que temos hoje”.
O chefe do Executivo frisou que desde o episódio da Retomada, durante a Guerra da Tríplice Aliança, a “nossa relação com o Paraguai mudou completamente. Somos ‘hermanos’ e convivemos em um contexto de paz, respeito e cooperação. Nossos desafios daqui em diante envolvem a busca pela integração dos povos sul-americanos, pelo fortalecimento das regiões de fronteira e pela cooperação internacional. Enquanto no mundo impera um cenário de acirramento e fechamento de fronteiras, de construção de muros e mesmo de ameaças de velhas e novas guerras, nós aqui da fronteira vivemos um ambiente de parceria tanto com o Paraguai quanto com a Bolívia”.
De acordo com o prefeito, a separação ocorrida durante a guerra faz parte de um passado histórico e hoje, Corumbá vislumbra com Paraguai, “possibilidades econômicas da hidrovia no Rio Paraguai. Com a Bolívia, sonhamos com a concretização do Corredor Bioceânico Ferroviário e trabalhamos juntos por uma fronteira cada vez mais amistosa e segura. A batalha que um dia nos separou ficou definitivamente para a história e hoje serve de exemplo para que nós – brasileiros, paraguaios e bolivianos – sejamos irmãos e parceiros e, juntos, lutemos sim pela conquista de mais desenvolvimento e qualidade de vida para as nossas comunidades dos dois lados da fronteira”.
Esse convívio harmonioso entre três países “aqui, na fronteira” pode “dar uma lição importante ao mundo – que em muitos lugares assiste atualmente à construção de muros para separar países e culturas: podemos consolidar um ambiente favorável ao compartilhamento dos costumes, da gastronomia, da música, do Pantanal, da arte e da cultura. É aqui que vamos melhorar a vida das pessoas por meio de uma parceria com o Fonplata – instituição que tem como missão desenvolver os países da Bacia do Rio da Prata, e que vai nos permitir investir 80 milhões de dólares na infraestrutura da cidade”.
Em seu discurso, o prefeito lembrou que o “momento político e principalmente econômico vivido no País não é dos melhores, o que torna difícil conseguirmos os recursos necessários para implementar todos os projetos idealizados e alcançar o nível de integração que sonhamos. Mas acreditamos firmemente que, muito em breve, vamos retomar o ritmo e resgatar os tempos áureos e pujantes da economia fronteiriça, para os dois lados. Que o espírito de coragem e bravura dos homens que retomaram e reconstruíram Corumbá nos inspire e nos ajude a ter, a cada ano, novos motivos para celebrar: a paz, o progresso e a cooperação para o bem de todos, vencedores e vencidos. Hoje, simplesmente irmãos. Que Deus continue iluminando esta terra, bem como a todas as terras sul-americanas”, concluiu Ruiter Cunha de Oliveira.