De acordo o último Boletim Epidemiológico da Vigilância em Saúde, desde o início do ano já foram notificados em Corumbá 471 casos suspeitos de dengue. Notificações de zika totalizam 112 casos, sendo 10 confirmados, enquanto de chikungunya há 72 notificações, sendo também 10 casos comprovados. Os dados são referentes ao período de 1º de janeiro a 02 de setembro de 2017.
Os bairros Centro, Dom Bosco, Aeroporto e Maria Leite são os primeiros da lista de notificações de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. “Esses dados não podem ser apenas olhados numericamente. Muitas vezes, esses são os moradores que mais procuram pelas unidades de saúde e, por isso, são as regiões que podem estar sendo mais notificadas. Associado a isso, o índice de infestação predial do Aedes também está elevado nessas localidades”, explicou Viviane Ametlla, gerente da Vigilância em Saúde do Município.
Com relação aos sete casos de leishmaniose confirmados até o dia 02, eles aconteceram no início do ano, sendo uma doença mais comum no período do final do ano para o início do outro. “O mosquito da leishmaniose não é igual ao da dengue, que se reproduz em água parada, mas o período chuvoso proporciona material orgânico úmido e com sombra, o que favorece a reprodução do flebotomíneo”, esclareceu Viviane.
No dia 29 de agosto, a Secretaria Municipal de Saúde realizou sala de situação para fechar plano de contingência da dengue, zika e chikungunya, a fim de traçar estratégia para o próximo verão.
Outras doenças
Ainda conforme o Boletim Epidemiológico, até o momento há 114 notificações da gripe Influenza, sendo 09 confirmações, considerado número bem abaixo com relação ao ano anterior. “Isso se deve ao vírus que circulou no Estado, que foi de menor letalidade”, afirmou Viviane Ametlla, referindo-se ao vírus H3N2.
A Vigilância em Saúde monitora também doenças diarreicas agudas, principalmente relacionadas a crianças. Em Corumbá, 2.945 casos foram notificados este ano, sendo 148 em crianças menores de 1 ano de idade, 669 em crianças de 1 a 4 anos, 300 casos em criança de 5 a 9 anos e 1686 casos em crianças com mais de 10 anos.
Viviane explicou que quando há número alto de diarreias acontecendo em determinada região da cidade, a Vigilância em Saúde Ambiental realiza coleta de água para análise. “Isso tem sido feito com rotina em creches e escolas e quando tem um pico de diarreia em determinado bairro a gente faz esse trabalho também. A problemática é que muitas vezes a diarreia é subnotificada porque as pessoas costumam tomar remédio caseiro, melhoram e não procuram médico, por isso, a gente acaba não tendo o número real”, concluiu Viviane.
Ações realizadas pelo Município
Com base nos casos notificados e confirmados, e no segundo Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti, as equipes da Secretaria Municipal de Saúde realizaram ações de combate ao vetor. Durante a semana 35, referente ao período de 27 de agosto a 02 de setembro, foram visitados 441 móveis nas atividades de rotina, sendo eliminados focos, com objetivo de impossibilitar o desenvolvimento do vetor e orientação junto aos moradores para que evitem o acúmulo de materiais que possam favorecer o depósito de ovos do mosquito transmissor.
A equipe de bloqueio mecânico realizou bloqueio nas microáreas Vila Noroeste, Cerâmica e Universitário e foi realizado manejo ambiental em todos os casos notificados. Já a equipe do bloqueio químico fez borrifação com bomba costal em 301 imóveis nas microáreas Vila Noroeste, Tenir, Santos Dummont, Estrelinha Verde, TV Morena e Transamérica.
O Centro de Controle de Vetores realizou palestras educativas na Escola Fernando de Barros – Projeto Agente Mirim.