Depois de 7 meses acamado, paciente retoma a vida com o Melhor em Casa

No dia 25 de abril de 2017, o senhor Mário Pereira recebia pela primeira vez a visita da equipe multidisciplinar do Programa Melhor em Casa. Acamado há sete meses, sem conseguir comer, nem trabalhar, o paciente de 59 anos já não tinha mais esperança de viver. Sempre acompanhado pela esposa, dona Rosemeire Lopes, Mário já não fazia mais nada que o dava prazer, nem sabia o real motivo de ter ficado, de uma hora para outra, doente. A pedido da equipe da Estratégia Saúde da Família Pedro Paulo II, o Melhor em Casa foi visitar o paciente que passou por avaliação médica.

 

“Quando chegamos, nos deparamos com essa situação de tristeza, desestímulo e desinteresse de viver porque as coisas básicas do cotidiano ele não fazia como andar e se alimentar. Ele falava que as coisas que mais gostava de comer não conseguia porque vomitava tudo. Só conseguia comer aveia com leite. Antes, um homem forte de 150 quilos, depois de acamado, chegou perder a metade do peso. Pensamos em várias hipóteses diagnósticas, então investigamos tudo, realizamos tomografia, exames de sangue, ultrassom. Aos poucos, depois que excluirmos todos os diagnósticos, só restou a possibilidade de ser o uso exacerbado de um medicamento que ele fazia por conta própria para dor crônica. Ele começou a tomar o corticoide sem prescrição médica”, contou Dr. Riad Ali Hamie, médico do Programa Melhor em Casa no Município de Corumbá.

 

“Ficamos somente com este diagnóstico e ele começou a se recuperar, ter movimentos, ter esperança e expectativa de vida, melhorou a qualidade de vida e a esposa, que é a cuidadora, sempre esteve ao lado atendendo às necessidades. Esse acolhimento, essa sensação de estar amparado, cuidado e orientado, tudo isso somou para hoje vermos ele sentado aqui nessa bancada consertando aparelhos, trabalhando, local que estava totalmente abandonado”, completou Dr. Riad.

 

Teve época que a equipe chegou a visitar o senhor Mário diariamente. O paciente chegou a ter anemia profunda, desmaiava no hospital e teve que fazer transfusão de sangue, mas a nutricionista do programa, Marcela Barros Por Deus, sempre esteve com ele. A melhora nutricional foi realizada ao mesmo tempo em que foram ajustadas as doses dos remédios contra diabetes, hipertensão e trocado o medicamento para dor. O programa passou cerca de oito meses acompanhando o paciente, até que recebeu alta em setembro do ano passado e já está reabilitado.

 

“Essa equipe do Melhor em Casa é tudo de bom, é um excelente projeto. Estou vivo graças à equipe e em especial ao Dr. Riad, todos colaboraram para que isso fosse possível. Hoje tenho um estilo de vida melhor, com dieta balanceada. Com certeza, o tratamento é melhor em casa. Até hoje tenho uma satisfação imensa, fico emocionado com todos eles aqui. Agora estou recomeçando com mais esperança, com mais cuidado com a vida. Eu mudei meu conceito de vida. Quero ser agora microempreendedor individual, fazer tudo certinho”, afirmou Mário.

 

Para dar certo, o programa precisa da adesão e disciplina do paciente e do cuidador. “É muito satisfatório passar aqui, saber que ele está trabalhando, está conseguindo conduzir a vida dele nos variados sentidos, está se sentindo útil. Outra coisa importante é saber que ele é querido na família porque tem todo um contexto geral de um ser humano, seus hábitos de vida, tem o trabalho, temos que pensar no paciente como um todo, uma saúde centrada na pessoa e não na doença”, finalizou Dr. Riad.

 

O Melhor em Casa é um serviço indicado para pessoas que apresentam dificuldades temporárias ou definitivas de sair do espaço da casa para chegar até uma unidade de saúde. É também recomendado para pacientes em situações nas quais a Atenção Domiciliar é a mais indicada para o seu tratamento. O objetivo é proporcionar a essas pessoas um cuidado em saúde mais próximo da rotina da família, evitando hospitalizações desnecessárias e diminuindo riscos de infecções. O programa, idealizado pelo Ministério da Saúde e oferecido aos municípios, é voltado a pacientes que precisam ser acompanhados com frequência maior por equipe multidisciplinar.

 

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