No mês semana de comemoração ao Dia da Mulher, a Secretaria Especial de Cidadania e Direitos Humanos, por meio da Coordenadoria de Articulação de Políticas Públicas para as Mulheres, realizou na manhã desta terça-feira, 19 de março, na Câmara Municipal de Corumbá, uma roda de conversa para explicar o funcionamento da Rede de Proteção e Enfrentamento à Violência contra a Mulher.
Segundo a coordenadora de Políticas Públicas para as Mulheres, Wânia Alecrim, essa reunião teve como objetivo mostrar como a rede está atuando. “Estamos aqui para mostrar aos vereadores qual o papel da rede, como ela trabalha com essas mulheres e quais as suas atribuições. E, também, para buscar o apoio da casa leis para que o nosso projeto consiga alcançar um patamar maior, uma vez que já contamos com o apoio do prefeito, que tem se mostrado muito sensível a essa causa, e vem nos apoiando e incentivando o trabalho que estamos realizando”, colocou Wânia.
A delegada Tatiana Zyngier e Silva, titular da Delegacia de Atendimento à Mulher em Corumbá (DAM), sugeriu que haja uma parceria entre os trabalhos realizados. “Acredito que se unirmos forças podemos atender melhor essas mulheres, podemos fazer com que as ligações que recebemos sejam atendidas pela patrulha Maria da Penha, assim conseguiríamos evitar que essas mulheres acabem desistindo de dar queixa”.
Para o titular da 6ª Promotoria de Justiça, Marcos Martins de Brito além dessa parcerias entre os órgãos, deveria ser criada a Casa da Mulher de Fronteira. “Acredito que essa casa deve ser criada logo, e devemos aproveitar essa parceria com a Câmara e com os deputados estadual e federal, que agora temos, para que o andamento seja feita de maneira rápida. Uma vez que temos uma população flutuante, no número de mulheres atendidas, hoje temos mil ações penais da vara criminal, 180 medidas protetivas, o que dá uma média de 50 medidas protetivas por mês e isso é uma demanda bastante alta e a rede é impactada com esses números”.
Danilo Iano Shiroma, da Defensoria Pública de Atendimento à Mulher, lembrou que a grande parte dessas vítimas são mulheres que têm dificuldade em ter independência financeira, “então o primeiro passo é estruturar essa mulher para que ela possa ter uma profissão, um trabalho e consiga se sustentar”.
“Toda a violência começa com um xingamento, depois vem um tapa, um soco, uma facada e às vezes chegando à morte. E o que vemos é que a maioria das mulheres às vezes não quer como resposta um processo penal, por toda a história que ela tem com esse homem. Na maioria das vezes, o que elas querem é uma medida protetiva, porque isso faz com que a violência pare e o que elas querem é isso. Porque se vocês perguntarem o que elas querem, nem elas sabem dizer”, explicou o defensor.
O presidente da Câmara de Vereadores, Roberto Façanha, colocou a casa de leis à disposição para ajudar no que for preciso. “No que vocês precisarem podem contar com a gente e vamos tentar ajudar na questão de pessoal para o atendimento e também temos que dar uma estrutura melhor para que esses atendimentos funcionem, por isso vamos marcar uma reunião com os nossos deputados Evander Vendramini e com a Bia Cavassa para fortalecer ainda mais essa luta”.
A secretária Especial de Cidadania e Direitos Humanos, Amanda Balanciere Iunes, destacou que o Município já articula a implantação da Casa da Mulher de Fronteira junto aos governos estadual e federal. Também enfatizou que em Corumbá, as políticas públicas em defesa dos direitos das mulheres são promovidas ao longo de todo o ano.
Participaram da reunião a assessora executiva da Secretaria de Direitos Humanos, Jane Contu, a tenente Joyce dos Santos, representando a Polícia Militar, a Advogada e Coordenadora do CRAM (Centro de Atendimento à Mulher em Situação de Fronteira de Corumbá), Anne Andrea M. Fonseca, o Secretario Especial de Segurança Pública e Defesa Social, César Freitas Duarte e a professora do mestrado e capacitadora da Casa da Mulher Brasileira Cláudia Araújo. Além dos vereadores Manoel Rodrigues, Tadeu Vieira, André Luiz Pereira, Cristóvão Rodrigues dos Santos e João Mario Esteves de Lima.
