18/5 – Dia Nacional da Luta Antimanicomial

O fantasma do preconceito ainda persiste

Por muitos anos a “loucura” era atribuída às desordens de origem religiosa. Posteriormente, as pessoas que apresentavam comportamentos divergentes dos tidos como “normais ou aceitos pela sociedade, eram colocadas e abandonadas em ”Hospitais” e lá eram acorrentadas, expostas ao frio, à fome, à nudez, sofrendo a degradação humana, em vez de serem tratadas.

Com Philippe Pinel, médico Francês, iniciou-se uma forma de tratamento às pessoas com transtornos mentais, em hospitais psiquiátricos, que acreditava no papel disciplinador da Instituição e do profissional médico, porém com gentileza (Humanização). No entanto, continuavam com vínculos familiares, sociais e afetivos rompidos, vivendo apenas a sua própria doença.

Não tinham direitos a viverem com seus familiares, circulando na comunidade e a receberem tratamentos como todo e qualquer cidadão. Portanto continuavam à margem da sociedade, completamente descaracterizados de si próprios.

Nos anos 70, inicia-se o movimento da reforma sanitária e também o movimento de Reforma psiquiátrica proposto por Franco Basaglia, que apenas em 2001 culminou com a promulgação da Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e o modelo assistencial em saúde mental é redirecionado. O Brasil reformula o tratamento destas pessoas, que passam a receberem cuidados de saúde através de um cuidado integral em hospitais-dia, CAPS, ambulatórios, permitindo assim, a permanência em seus territórios junto aos seus familiares, participando do seu meio social.

A internação passou a ser o último recurso, e quando necessário, ela deve ser de curta duração e o tratamento ofertado nos leitos de saúde mental em Hospitais Gerais, garantindo-se que a dignidade, a humanização e respeito à pessoa com transtorno mental, permeie todo o processo e que o foco seja o indivíduo e não sua doença. O mesmo princípio serve para os Hospitais especializados.

É fundamental incluir, cuidar, acolher as pessoas com transtornos mentais, assim como se cuida da pessoa com hipertensão arterial, portadora de diabetes, ou com qualquer outro problema de saúde.

Que essa data – 18 de maio – nos lembre sempre que a luta pela inclusão e respeito às pessoas com transtornos mentais, precisa continuar.

Atendimento em Saúde Mental

A pessoa que está passando por problemas de saúde mental deve procurar a Unidade de Saúde do seu bairro, e poderá ser encaminhada para atendimento no Centro de Especialidades Médicas ou para os Centros de Atenção Psicossocial – Caps.

Os Caps atendem por livre demanda, e realizam um atendimento especializado, de transtornos mentais graves e persistentes, como depressão, ansiedade, esquizofrenia, transtorno afetivo bipolar, transtorno obsessivo-compulsivo etc, e pessoas com quadro de uso nocivo e dependência de substâncias psicoativas.

Por meio de uma equipe multidisciplinar oferecem diversas atividades, tais como: grupos terapêuticos, oficinas diversas – pintura em tela, marcenaria, jardinagem, prendas culinárias, atividades esportivas, passeios em pontos especiais da cidade, atendimento individual, consultas médicas clínicas e psiquiátricas, terapia individual, visitas domiciliares, buscas ativa, reunião de família, reunião e capacitação de equipe.

Todas as ações são planejadas para trabalhar algum aspecto das necessidades ou potencialidades das pessoas.

CAPS II – José Fragelli

Atendimento a adultos para transtornos mentais graves e persistentes.

Tel.: 3907-5094

R: Tenente Melquiades de Jesus, 900, Centro

CAPS AD

Atendimento para adultos especializado em transtornos pelo uso de álcool e outras drogas.

Tel.: 3907-5427

R: Cabral 1208, Centro

CAPS I

Atendimento a crianças e adolescentes, para transtornos mentais graves e persistentes, inclusive pelo uso de substâncias psicoativas.

Tel.:3907-5473

R: Cuiabá,1291, Centro

LUTA ANTIMANICOMIAL – “Querer-se livre é também querer livres os outros.” (Simone de Beauvoir)

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