A Agência Municipal de Proteção e Defesa Civil de Corumbá segue com o monitoramento dos níveis do rio Paraguai. Nesta quinta-feira, 12 de abril, uma equipe do órgão – com apoio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Sustentável – realizou um levantamento quanto às condições do avanço das águas nas principais vias terrestres e de acesso ao Porto da Manga, Curva do Leque, Passo do Lontra e regiões adjacentes.
O diretor-executivo da Defesa Civil, Isaque do Nascimento, explicou que o trabalho permitirá a produção de um relatório diagnóstico sobre o comportamento da altura das águas do rio Paraguai naquelas regiões. “Vai apontar os possíveis impactos dessa inundação gradual que se processa no rio Paraguai e seus tributários no funcionamento regular das comunidades, empreendimentos diversos, setor turístico e pecuário que se localizam próximos ou utilizam essas estradas para o desempenho de suas atividades”, disse ao destacar que o monitoramento segue determinação do prefeito Marcelo Iunes.
Além de garantir a sequência da operação de monitoramento, a ação realizada pela Defesa Civil de Corumbá tem o propósito de subsidiar o Executivo Municipal, bem como outros segmentos da sociedade corumbaense, no que diz respeito às medidas preparatórias e de respostas ao evento adverso que vem se evoluindo. Também permite a inserção dos dados apurados no Sistema de Informações sobre Desastres, em níveis estadual e federal.
Nesta sexta-feira, 13 de abril, o nível do rio Paraguai encontra-se estacionado em 4,66 metros na régua de Ladário, do Serviço de Sinalização Náutica do Oeste, do 6° Distrito Naval da Marinha do Brasil.
Ações anteriores
Em 19 de março deste ano, a Agência Municipal de Proteção e Defesa Civil de Corumbá emitiu o primeiro boletim de alerta de risco de inundação de 2018, que apontava – conforme levantamento realizado in loco – risco moderado. O acompanhamento indicou que uma inundação gradual do rio Paraguai vinha se desenvolvendo nos últimos meses.
Em fevereiro, uma equipe da Prefeitura de Corumbá percorreu, de barco, todo o trecho do Porto Geral até a Barra do São Lourenço. Foi realizado o mapeamento das famílias ribeirinhas e também realizado um diagnóstico de avaliação sobre a inundação do Rio Paraguai na região do alto Pantanal.
O trabalho consistiu no deslocamento até as comunidades, visitando suas casas desde nossa saída do Porto Geral até a Barra do São Lourenço, passando pelas regiões do Tuiuiú, Piúval, Capim Gordura, Domingos Ramos, Castelo, Ilha Verde, Paraguai Mirim, São Francisco, Mato Grande, Bonfim, São Pedro, Chané, Amolar e Barra do São Lourenço. Foram aproximadamente 220 quilômetros percorridos em cinco dias.
Histórico
Segundo a fundamentação da EMBRAPA Pantanal, historicamente quando o nível máximo do rio Paraguai, em Ladário, se iguala ou supera o nível de alerta de enchente, que é de 4,0 metros, o ano é considerado de cheia no pantanal, caso contrário, como sendo de seca. Quando o pico de cheia fica compreendido entre 4 e 4,99 m, como sendo de cheia pequena, entre 5 e 5,99 m como de cheia normal e igual ou superior a 6,0 m como cheia grande ou super cheia.
É importante destacar o registro das três maiores cheias já ocorridas: em 1988 ocorreu a maior cheia já registrada em nossa região, com 6,64 metros; em 1905 a segunda maior cheia, quando foram registrados 6,62 metros; e em 1995 a terceira maior cheia, com 6,55 metros na régua de Ladário.