Ureia e gás natural são commodities bolivianas importadas pelo Brasil, através do corredor logístico de Mato Grosso do Sul a partir de Corumbá, no noroeste do Estado. Na última quarta-feira (29 de janeiro), no terminal de Gravetal, em Porto Quijarro, foi inaugurada a exportação de ureia da Bolívia para o Brasil. A partir de agora, 335 mil toneladas por ano do produto boliviano vão entrar no país pela fronteira de Mato Grosso do Sul. Nesta terça-feira, a delegação boliviana realiza uma visita técnica em Campo Grande, onde se reúne com empresários, autoridades locais e estaduais, a fim de definir estratégias para ampliar as exportações.
No Brasil, a ureia será adquirida pela empresa Keytrade, uma das maiores indústrias de fertilizantes do mundo. Esse produto vai entrar no Brasil por Corumbá, em caminhões e passar pelo desembaraço aduaneiro na Agesa, o porto seco local. Do total importado, 60% segue para o Mato Grosso e o restante para o triângulo mineiro e o sul do país. “Corumbá volta a participar, com vigor, do eixo econômico do MS, sendo um pilar na logística de commodities, favorecendo a exportação boliviana e fomentando a economia local”, explicou o representante de Corumbá, Renato Lima, secretário de Desenvolvimento Econômico e Sustentável do Município.
De acordo com o secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck, que participa da reunião: “a ureia da Bolívia passa a competir principalmente com a ureia vinda do Qatar e Rússia. É um produto no qual somos deficitários. Dependemos hoje da importação e a oferta boliviana concorre diretamente com esses países”.
Ureia na agricultura
Usada tanto na agricultura quanto na pecuária, a ureia é um fertilizante nitrogenado e, conforme a projeção da Associação Internacional de Fertilizantes (IFA), o seu consumo no Brasil, juntamente com fosfato e potássio, deve passar de 16,5 milhões de toneladas, em 2011, para 24,5 milhões, em 2021. Dentre os três insumos, o consumo de ureia é o que apresenta o maior salto no período, saindo de 3,5 milhões de toneladas para 8 milhões de toneladas.
Gás natural
Além da ureia, durante a reunião, o governador Reinaldo Azambuja confirmou, o interesse de Mato Grosso do Sul em adquirir, em uma primeira etapa, 3 milhões e 200 mil metros cúbicos de gás natural da Bolívia por dia. “Nós temos interesse no gás e na ureia, um insumo vital para a agricultura e a pecuária de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul”, aponta.
Com o bom momento da economia boliviana, o vice-ministro da Industrialização e Comercialização da Bolívia, Humberto Salinas, acredita que o comércio será ainda mais intensificado entre os dois países: “registramos altas taxas de crescimento, em razão da industrialização e desenvolvimento da cadeia energética, assim as trocas comerciais devem se intensificar, temos ureia para insumo agrícola e o corredor bioceânico vai contribuir com o desenvolvimento de toda a região entre os oceanos Atlântico ao Pacífico”, comemora.
A equipe técnica boliviana é composta por representantes do Ministério Industrialização e Comercialização e Ministério de Hidrocarburos. Da parte da delegação brasileira, o encontro em Campo Grande reuniu representantes do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Gaspetro, MS Gás, Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (Fiems), Governo de MS e Prefeitura de Corumbá.
Com informações do Governo do MS