Para evitar que as águas das chuvas invadissem a casa dela, Neris Correia de Holanda, 53 anos, precisou construir duas pequenas barreiras na entrada de sua residência, uma no portão social e outra na garagem. O improviso deu certo, mas também acabou impedindo que o carro da família acessasse o local. Agora o veículo fica sempre para o lado de fora, estacionado na rua.
“Foi o único jeito de impedir que a água entrasse aqui pra dentro. Sempre que chovia um pouco mais forte era a mesma coisa”, lembrou a dona de casa, que há 22 anos vive na Alameda 13 de Junho, no bairro Nossa Senhora de Fátima. “Quando eu vim pra cá, tudo era mato, não morava ninguém. Os vizinhos foram chegando com o tempo”, recordou.
Neris viu de perto a ocupação da alameda e sofreu com os muitos problemas causados pela falta de drenagem e pavimentação. “Era só o tempo começar a virar que o coração já ficava na mão, com medo do que vinha pela frente. Mas graças a Deus isso agora vai mudar. Essa época vai ficar pra trás”, completou.
O otimismo da dona de casa é justificado. A Prefeitura está concluindo a drenagem da alameda, executada toda com recursos próprios do Município. As manilhas colocadas em toda a extensão da via levarão as águas diretamente para a galeria que atravessa a rua Campo Grande.
“Essa medida deve acabar com os problemas causados pela chuva. E assim que concluirmos essa etapa, vamos lajotar a alameda, um pedido antigo dos moradores da região”, comentou o prefeito de Corumbá, Paulo Duarte, que nesta quinta-feira, 17 de novembro, esteve no local acompanhando a obra.
“A drenagem é a etapa mais demorada e complicada de todo esse processo, mas sem ela seria totalmente inviável fazer o lajotamento. O planejamento é concluirmos todo esse trabalho até a primeira quinzena de dezembro. Será uma mudança importante na vida das pessoas que vivem aqui”, completou o prefeito, que estava acompanhando do subsecretário de Infraestrutura da Prefeitura, Marcelo Antunes.
Há 14 anos morando na alameda, o técnico de telefonia Djalma Alves da Silva concordou com o prefeito. “Acredito que o lajotamento vai dar outra cara pra rua. Já teve vezes eu não consegui sair de casa para trabalhar porque aqui estava tudo alagado. Não entrava nem saia ninguém, nem de carro e bem a pé”, contou.
Por várias vezes ele teve que ajudar os vizinhos a drenarem suas residências. “Tenho um motor-bomba em casa e socorri as famílias daqui em diversas ocasiões. Teve vez que a bomba ficou funcionando por quase 24 horas para tirar toda a água do local. Agora a expectativa é que isso acabe com esse trabalho que está sendo realizado aqui”, concluiu Djalma.