Evitar e combater as queimadas no Pantanal: bom para o Meio Ambiente e para o produtor rural. E Corumbá, que abrange 60% do Pantanal Sul-Matogrossense e 37% do Pantanal brasileiro, assumiu definitivamente seu papel de protagonismo na região e sediou nesta terça-feira, 21, uma audiência pública sobre “Os impactos das queimadas no Pantanal Sul-Matogrossense”.
O assunto preocupa a todos, uma vez que Corumbá conquistou no ano passado o ingrato posto de cidade com maior número de queimadas do Brasil. De acordo com números do Ibama, foram identificados 482 focos de queimadas no Pantanal entre janeiro e junho de 2012. No mesmo período, em 2011, foram 70 pontos de queimadas, o que indica que o número do último ano foi seis vezes maior.
“Seria mais cômodo ficar lamentando o ocorrido e deixar para o Estado e Ibama toda a responsabilidade, mas a prefeitura decidiu se meter nesse assunto, buscar alternativas e soluções, pois isso afeta diretamente a vida de todo os corumbaenses”, disse o prefeito Paulo Duarte, em discurso de abertura da audiência pública.
Segundo o prefeito o Governo Federal precisa urgentemente lançar um olhar especial para Corumbá, a primeira cidade em extensão territorial do Brasil (fora da Região Norte) e município que abriga a maior parte de um dos mais importantes biomas do Planeta, o Pantanal. “Soube que 7 aeronaves de combate a queimadas foram licitadas para o Brasil. Não tem cabimento pelo menos uma delas não vir para Corumbá, se até o Ibama já disse que tecnicamente nosso pleito é legítimo e viável para mitigar o problema nesta que é uma região crítica”, acrescentou.
“Não adianta mais improvisar com helicóptero mosquito, nem ficar clamando por socorro às autoridades quando o fogo já está se alastrando. Por isso, estamos dispostos, dentro das nossas condições, a entrar com aporte e contrapartida financeira para manter essa aeronave de combate ao fogo aqui em Corumbá”, afirmou.
O deputado estadual Amarildo Cruz que, juntamente com o prefeito Paulo Duarte, propôs a realização da audiência pública reforçou a demanda da administração municipal e se colocou à disposição para defender essa causa na Assembleia Legislativa. “Já comandei a superintendência do Ibama em Mato Grosso do Sul e acompanhei de perto a questão das queimadas no Pantanal”, disse.
“Queremos sair dessa audiência com uma minuta de um projeto de Lei que faça as alterações na legislação necessárias e fortaleça ações preventivas e de combate ao fogo nessa região tão importante para todo o Brasil e para o Mundo”, acrescentou.
A mesa diretora da audiência pública contou com as presenças de diversos atores, responsáveis direta e indiretamente pela questão das queimadas. Além do deputado estadual Amarildo Cruz e do prefeito Paulo Duarte, marcaram presença o prefeito de Ladário, José Antônio Assad Faria; a secretária de Meio Ambiente do Pantanal, Luciene Deová; a promotora de Meio Ambiente, Ana Raquel Barros de Figueiredo Dias, do Ministério Público; o presidente da Câmara dos Vereadores de Corumbá, o vereador Marcelo Iunes; o vereador Carlos Alberto Machado; o tenente-coronel Carlos Matoso Braga, comandante do BPMA (Batalhão de Polícia Militar Ambiental); o chefe-geral da Embrapa Pantanal, José Aníbal Comistri; o representante do Ibama/MS, Márcio Ferreira Yule, coordenador estadual do PrevFogo; o superintendente do Ibama/MS e diretor do PrevFogo, Rodrigo Moraes Falleiros; José Eduardo, tentente-coronel do Corpo de Bombeiros de Corumbá; o representante da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Gilceu Luís Richetti; Rudclei Comparim, entre outras autoridades presentes na mesa e na plateia.