Com trabalho integrado, Corumbá vira referência no combate à dengue

Antes mesmo de ser eleito, o prefeito Paulo Duarte já dizia: a saúde é o maior desafio de Corumbá. Sem destacar o legado herdado ou se queixar em nenhum momento dos problemas que teve de assumir, o chefe do administrativo tratou de arregaçar as mangas rapidamente.

 

E, logo nos primeiros dias de governo, a prefeitura teve de resolver uma emergência: evitar uma epidemia de dengue em Corumbá, um problema nacional em países de clima tropical e que assola praticamente todos os municípios do Mato Grosso do Sul.

 

Ciente do tamanho do desafio, o prefeito saiu às ruas de Corumbá, realizou vistorias e notificações juntamente com a secretária de Saúde, Dinaci Ranzi, e com a equipe do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) e fez questão de dar exemplo à toda a população, exigindo a notificação dos próprios órgãos e autarquias municipais.

 

Com essa atitude, e com inúmeras reuniões e ações envolvendo todas as secretarias e com diversas categorias e classes, como médicos, enfermeiros, forças armadas, mulheres, crianças, assentados, lideranças religiosas e de associações de bairro; concursos de artes nas escolas e panfletagens e blitz permanentes nas principais avenidas da cidade, a administração conseguiu envolver e engajar toda a população no trabalho de prevenção.

 

Até mesmo os bolivianos que frequentam, moram ou trabalham na cidade foram inclusos nessa luta. Em uma ação inédita, envolvendo o Ministério da Saúde, a prefeitura de Corumbá confeccionou e distribuiu cerca de 3 mil folders em espanhol com informações úteis para o combate ao mosquito Aedes aegypti.

 

Limpeza, notificação e até mesmo desapropriações de terrenos baldios abandonados, locais ideais para a proliferação das larvas do mosquito Aedes aegypti, foram realizados pela prefeitura.

 

Dessa forma, e sempre mantendo a população em alerta, a prefeitura de Corumbá conseguiu mitigar e manter sob controle o crescimento dos casos de dengue na cidade. Segundo os dados mais recentes, de 11 de abril, o índice do mês de março caiu para 4,5%, abaixo dos números de fevereiro (5,5%) e segue em tendência de queda. Mas a administração promete não descansar e manterá os trabalhos de forma intensa até atingir o índice aceitável pelo Ministério da Saúde, que é de 1%.

 

“Sabemos que temos muitos problemas a resolver e estamos, em equipe, buscando as soluções necessárias. Entendemos que em algumas áreas, como na saúde pública, as dificuldades são crônicas e em muitos casos o processo de melhoria é lento e gradativo”, disse o prefeito Paulo Duarte. “Mas já estamos conseguindo algumas boas vitórias”, destacou, se referindo ao eficiente trabalho de combate à dengue no município.

 

Preparo

 

Mesmo tendo evitado uma epidemia de dengue, a administração pública provou também que está preparada para todas as situações e criou um plano emergencial.  Anunciado ainda no primeiro mês pela prefeitura, o plano é baseado em diretrizes do Ministério da Saúde, e é ideal para cidades que enfrentam epidemia de dengue, pois estabelece códigos de conduta para médicos e enfermeiros, possibilitando mais agilidade, eficiência no diagnóstico, encaminhamento e tratamento da doença. No caso de uma epidemia, cada paciente seria direcionado ao atendimento de acordo com o protocolo da doença, estabelecidos pelas cores vermelho, amarelo, verde e azul.

 

Referência estadual e internacional

 

Além de se tornar referência em todo o Estado, o trabalho de combate à dengue de Corumbá passou a ser exportado. Em março, a prefeitura estabeleceu um acordo de políticas integradas e cooperação mútua com a cidade boliviana de Puerto Suárez, que mostrou grande interesse pela estratégia de combate à dengue de Corumbá.

 

Atendendo um pedido de ajuda do município boliviana no combate à doença, a prefeitura corumbaense, por meio da Secretaria da Saúde, já está capacitando os profissionais de saúde de Puerto Suárez e ajudando a cidade a consolidar um núcleo de doenças endêmicas.

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