“Recordar é viver” pode ser clichê em qualquer lugar, menos na Acadêmicos do Pantanal, que pretende defender o tema como samba-enredo e dar um show de criatividade e fantasia na avenida General Rondon. Com cerca de 960 componentes (o recorde da escola), a agremiação irá utilizar seus 5 carros alegóricos e 11 alas para relembrar os 11 sambas-enredo de sua história recente no carnaval. “Não estamos sós”; “Semideuses da Grécia”; “Quarup”; “Vaidade”, cada ala tem a missão de mergulhar na nostalgia e trazer à memória dos mais saudosos os desfiles da “verde, branco, azul e amarelo” desde 2002.
E, quando se fala da história da Acadêmicos, impossível não relembrar da fundadora da agremiação, Nilce Peixoto da Costa. A “Bizuca”, como era mais conhecida, faleceu no final do ano passado e, segundo o carnavalesco Jackelyny Pazzolyny, deixou uma enorme cicatriz no coração da escola. “A Bizuca será homenageada na Comissão de Frente, no último carro alegórico e também nas saias das componentes da Ala das Baianas, com alegorias de três paixões dela: música, cerveja e samba”, antecipa.
A Comissão de Frente, aliás, é mantida sob sigilo pela escola, que pretende impressionar com a coreografia do grupo de dança. A outra atração especial vem de Belford Roxo, Rio de Janeiro. É a passista Julia Cristine, da Grande Rio, que será a madrinha da bateria da Acadêmicos do Pantanal. Bateria que contará com 90 ritmistas e o comando do mestre Zé do Vitória Régia. No primeiro casal de Mestre Sala e Porta-Bandeira, uma mistura que tem tudo para dar certo: Dayse, que também vem do Rio de Janeiro especialmente para o desfile, e o “prata da casa” Marcelo.
A agremiação voltou ao Grupo Especial no ano passado e, segundo Jackelyny, “voltou para ficar”. Para o carnavalesco, o segredo de se manter na elite do carnaval corumbaense é transmitir alegria e emoção sem deixar o aspecto técnico de lado. “Quero passar pela avenida sem nenhuma falha ou erro. Minha grande inspiração nesse sentido é a carnavalesca Rosa Magalhães, atualmente na Vila Isabel”, acrescenta.
Recordar é viver
Compositor: Marcos César
Academia do Samba é garra, pura emoção!
Oh, Pantanal, tu és minha paixão!
Na realidade de um sonho
Esplendor e fantasia
Retratando em verde e branco
Os carnavais da nossa Academia
Nas asas do meu Tuiuiu
A Pantanal vai viajar
Guiada pelo brilho de uma estrela
Chama que não vai se apagar!
Em uma Odisseia no espaço
Abençoada pelos Orixás
Histórias de Olimpo, poder, mitologia
O Índio à noite
Com seus mistérios e magias
Dona Bizuca, quanta saudade!
Se recordar é viver
No gingado das baianas
Uma homenagem à você!
Os sete pecados capitais
Aos mistérios do mar entreguei
Nesta aquarela do Brasil
A Deusa mãe Oxum eu encontrei
Nas várias faces do amor
Gnomos, bruxas e princesas
Histórias que ao mundo encantou
Porque na Pantanal
O sonho não acabou