Clóvis Neto |
O prefeito de Corumbá, Ruiter Cunha de Oliveira (PT), participou nesta terça-feira (03) da missa em homenagem à Nossa Senhora da Candelária, padroeira de Corumbá. Foi o primeiro ato público do prefeito após retornar do período de férias. “Este é um momento de reflexão. Todos nós temos hoje a oportunidade de renovar nossa fé, esperança em Cristo e a possibilidade de atendermos ao chamamento da nossa padroeira para que cada um de nós possa contribuir para melhorar ainda mais a nossa cidade”, comentou Ruiter.
O prefeito também estendeu o desejo a todo o povo ladarense, representado na missa pelo prefeito José Antônio Assad e Faria (PT) e sua esposa, Maria Gisele Saab Assad. “Que possamos alcançar esta luz e termos, cada vez mais, uma Corumbá cheia de progresso e uma Ladário de paz e desenvolvimento”, completou o chefe do Executivo corumbaense. “Vivemos a força da união de nossas duas cidades celebrando a Nossa Senhora das Luzes, que com toda certeza vai iluminar toda nossa região. Queremos aqui trazer o abraço fraterno de todo o povo de Ladário”, disse José Antônio.
A primeira-dama e secretária especial de Integração das Políticas Sociais, Beatriz Cavassa de Oliveira; o vice-prefeito Ricardo Eboli; o secretário de Desenvolvimento Integrado, Haroldo Ribeiro Cavassa; a secretária de Promoção da Cidadania, Maria Lúcia Ortiz Ribeiro, o secretário executivo de Relações Sociais e diretor-presidente da Fundação de Cultura e Turismo, Carlos Porto; o secretário executivo de Infraestrura e Serviços Urbanos, Ricardo Ametlla; a secretária executiva de Meio Ambiente, Luciene Deová; o vereador João Bosco Souza e Silva (PT); o general Roberto Jungthon, comandante da 18ª Brigada de Infantaria de Fronteira; e o juiz diretor do Foro, Roberto Ferreira Filho, também participaram da missa. Após a celebração, uma quermesse animou os devotos durante todo o dia.
Nossa Senhora das Luzes
Pode-se dizer que a devoção a Nossa Senhora da Candelária , ou Nossa Senhora das Candeias , ou Nossa Senhora da Luz , tenha duas origens, uma baseada em uma lenda das Ilhas Tenerife (Canárias) e outra pela devoção popular. Conta-se que por volta de 1440 , dois pastores guardavam seus animais perto de uma caverna na ilha de Tenerife, nas Canárias, e observaram, certo dia, que o gado se recusava a entrar na caverna, apesar de seus esforços. Os pastores entraram então na gruta e descobriram a imagem de uma Senhora com o filho no colo.
Estranhando o ocorrido, foram relatar ao povo. Acudindo a população, inclusive o rei do país, ao local, observaram maravilhados a existência de numerosas candeias (velas) sustentadas por seres invisíveis que, com seus cânticos, ensinavam a maneira de render culto a Deus e a Virgem Maria.
Começaram os nativos a honrar Aquela que amavam sem conhecer, até que um cristão espanhol, casualmente, ali desembarcou nos fins do século XV e explicou-lhes o mistério.
Pouco depois, foram as ilhas conquistadas pelos castelhanos e, quando os Padres Jesuítas chegaram, não tiveram trabalho em converter aquele povo já tão devoto de Maria, a quem deram o título de Candelária, por causa das candeias que iluminavam a imagem.
No inicio do século XVII, Antônio Martins Palma, natural da Ilha de Tenerife, no arquipélago das Canárias, e sua mulher, navegando em direção às Índias Espanholas (América latina), foram surpreendidos por terrível tempestade que pôs em perigo o navio do qual ele era capitão, e a vida de todos os passageiros. Recorreram então, a Nossa Senhora da Candelária, venerada em sua pátria, e prometeram perpetuar a memória de sua proteção edificando-lhe um templo na primeira terra onde aportassem sãos e salvos. Esta terra foi o Rio de Janeiro, e os quase náufragos, ao desembarcarem, deram graças a Deus e à Virgem Maria.
Devoção Popular
Teve origem nos primórdios da era cristã para comemorar a purificação de Maria. Era preceito da lei mosaica que todo filho varão fosse apresentado no Templo, quarenta dias após seu nascimento. A mãe considerada impura após o parto, deveria ser purificada por uma cerimônia especial. Maria Santíssima, desejando submeter-se a esta determinação, apresentou-se com o Menino Jesus no Templo.
Esta festividade, nos primórdios do cristianismo, era denominada “das Candeias”, porque comemorava-se o trajeto de Maria até o Templo, com uma procissão, na qual os acompanhantes levavam velas acesas na mão.
A procissão dos luzeiros é proveniente de antigo costume dos romanos, pelo qual o povo recordava a angústia da deusa Ceres, quando sua filha Prosérpina foi raptada por Plutão, deus dos infernos, para tomá-la como companheira no império dos mortos. Esta tradição estava tão arraigada que continuou mesmo entre os convertidos ao cristianismo. Os primeiros Padres da Igreja tentaram eliminá-la, mas não conseguiram.
Como aquela festa caía sempre no dia 2 de fevereiro, data em que os cristãos comemoravam a Purificação de Maria, o Papa Gelásio (492 – 496), resolveu instituir um solene cortejo noturno, em homenagem à Mãe Santíssima, convidando o povo a comparecer com círios e velas acesas e cantar hinos em louvor de Nossa Senhora. Esta celebração propagou-se por toda a Igreja Romana e, em 542, Justiniano I instituiu-a no Império do Oriente, após ter cessado uma peste que grassava na região.
Rodrigo Nascimento-Subsecretaria de Comunicação Institucional
(Extraído do livro: 112 Invocações da Virgem Maria no Brasil de autoria de Nilza Botelho Megale – 1986)