A tarifa de ônibus em Corumbá, que desde 2003 estava no mesmo valor, vai passar de R$ 1,70 para R$ 2,00. O novo preço vale a partir de 6 junho, o próximo sábado, e está previsto em decreto municipal.
A definição do valor foi baseada em um estudo realizado pela Administração Municipal que leva em conta o número de usuários do serviço, os gastos da empresa com combustível e salários, a quantidade de gratuidades e a distância rodada pelos veículos diariamente, dentre outros critérios.
Desde 2003, quando foi autorizado o último reajuste, houve vários acréscimos no preço do diesel, dos componentes dos veículos, como os pneus, e ainda alterações nos itinerários das linhas urbanas, ampliando os custos da empresa concessionária do serviço, a Canarinho.
O reajuste autorizado ficou abaixo dos principais índices de inflação do País. O IGPM (Índice Geral de Preços ao Mercado), calculado pela Fundação Getúlio Vargas, por exemplo, revelou que para corrigir a inflação do período a tarifa deveria ter acréscimo de 41%, chegando a R$ 2,40. Pensando numa solução que corrigisse o valor da tarifa mas não pesasse tanto no bolso dos usuários, o estudo recomendou a adoção de R$ 2,00 para a passagem, uma correção de 17%.
A Administração Municipal acatou o ajuste de preço considerando principalmente a preocupação em manter e melhorar a qualidade do serviço, uma vez que a tarifa foi mantida no mesmo patamar por 72 meses. A nova tarifa é inferior ao valor que é cobrado pelo trecho entre Corumbá e Ladário, de R$ 2,30, definido pela Agepan (Agência Estadual Reguladora de Serviços Públicos).
A situação de Corumbá é pouco vista em outras cidades, que costumam ter reajuste anual para o transporte coletivo. Na Capital do Estado, Campo Grande, entre 2003 e 2009, a tarifa de ônibus urbano aumentou de R$ 1,70 para até R$ 2,50, uma vez que o preço é menor para usuários que compram um cartão magnético (R$ 2,30).
Para autorizar a correção na tarifa, um dos fatores importantes avaliados foi o compromisso da empresa concessionária de aumentar os salários dos trabalhadores no transporte coletivo, sem reajuste já há bastante tempo. “Embora fosse uma reivindicação constante da empresa, conseguimos manter o valor de R$ 1,70 por todo esse tempo. Agora, consideramos que a correção era necessária para que o serviço não sofra prejuízos e o cidadão seja bem atendido”, afirmou o prefeito Ruiter Cunha de Oliveira.
Desde que Ruiter assumiu a Prefeitura, a melhoria do transporte coletivo oferecido aos corumbaenses é um objetivo perseguido pela Administração. Uma prova disso é que foi realizada licitação para um novo contrato prevendo melhorias no serviço, uma nova empresa foi escolhida, chegou a assumir, mas uma decisão judicial manteve a atual concessionária. O processo está correndo na Justiça.
A Prefeitura, então, continuou cumprindo a sua função de fiscalizar o transporte oferecido e cobrar avanços para a população que utiliza o transporte coletivo urbano. Uma das providências adotadas foi o aumento de um terço da frota de veículos, passando de 12 para 16 à disposição da população. Todos os novos ônibus são adaptados para pessoas com deficiência.
Por mês, 210 mil passageiros utilizam o transporte coletivo de Corumbá. Por dia, são 6,7 mil passageiros. Idosos e pessoas com deficiência não pagam passagem, em cumprimento à legislação, e um total de 9,7 mil estudantes pagam meia. Há, ainda, um projeto de lei aprovado prevendo passe-livre para os estudantes. A Agetrat (Agencia Municipal de Transporte e Trânsito), que regula o serviço, está desenvolvendo um estudo para definir como será feita a implantação de mais esse benefício.