A Rio Tinto investirá US$ 2.15 bilhões na expansão da sua mina de minério de ferro em Corumbá, aumentando a capacidade anual da mina mais de seis vezes, passando dos atuais dois milhões de toneladas para 12,8 milhões de toneladas, a partir do quarto trimestre de 2010. A empresa também irá conduzir estudo de viabilidade, a ser completado até a metade de 2009, para a fase II da expansão, que elevará a capacidade para 23.2 milhões de toneladas por ano.
A expansão estará sujeita a uma série de aprovações regulamentais. O projeto da Mina Corumbá foi aprovado em Londres, durante reunião de acionistas do grupo mundial. No início de julho, foi apresentado a autoridades do Governo Estadual e de Corumbá, quando Andy Connor, presidente do grupo, pediu apoio da classe política sul-mato-grossense para superar entraves com a legislação brasileira que proíbe investimentos de empresas com maioria de capital estrangeiro, numa faixa de fronteira de 150 quilômetros.
O investimento em Corumbá traz para aproximadamente US$ 11 bilhões o total de investimento de capital que a Rio Tinto comprometeu desde 2003 para desenvolver os seus negócios de minério de ferro. No final do ano passado foi delineado o caminho em direção ao crescimento da produção de minério de ferro para mais de 600 Mtpa dos 179Mtpa produzidos em 2007.
A expansão de Corumbá, que produz lump de alto forno de alta qualidade e produtos para redução direta, irá capitalizar a crescente demanda por minério de ferro de elevada qualidade nos mercados da América do Sul e do Oriente Médio, e aumentar a presença da Rio Tinto na Europa.
Para Tom Albanese, Chefe Executivo da Rio Tinto, “este é um passo adiante muito significativo na nossa intenção de estender as operações de minério de ferro para além da região de Pilbara, na Austrália. O desenvolvimento da mina de Corumbá reforça a nossa habilidade de expandir a capacidade rapidamente para atender ao crescimento da demanda sempre que necessário”.
Continuou afiamdno que “essa ação fortalece a nossa posição como o único produtor de minério de ferro com uma plataforma de produção e crescimento verdadeiramente global, dando-nos acesso a uma grande variedade de mercados”.
O total de US$ 2.11 bilhões será usado para a expansão da mina de Corumbá e a cadeia logística associada (100% Rio Tinto), incluindo US$ 121 milhões que demandam longo tempo para fabricação. Outros US$ 42 milhões serão aplicados para financiar os estudos de viabilidade para a Fase II.
Dois novos portos serão construídos juntamente com a infra-estrutura necessária para conectar a cadeia de fornecimento multinacional nos 2,500 km da hidrovia. Além disso, foi incluído um novo contrato de serviços de longo prazo para a operação de transbordo do minério de ferro, carregando navios transoceânicos que seguirão para os mercados internacionais.
Sam Walsh, chefe executivo da Divisão de Minério de Ferro da Rio Tinto, afirmou que este “é um projeto muito significativo – tanto em âmbito local quanto internacional. Ele é escalável, combina oportunidades novas e antigas e possibilita-nos comercializar um lump aperfeiçoado através da tecnologia de secagem”.
Durante a fase de construção, o projeto irá empregar cerca de 2.500 pessoas em Corumbá e La Agraciada, no Uruguai, com no mínimo o dobro de mão-de-obra permanente nas operações da mina, portos e rio, que crescerá para mais de 1.600 funcionários. Também haverá benefícios em termos dos impostos estaduais e municipais.
A Rio Tinto será assistida por duas empresas. Na gestão do projeto, pela Sandwell Canada Inc., uma empresa com conhecimento substancial sobre portos e logística de água e com experiência na execução de projetos na América do Sul. Nos aspectos relacionados à planta de produção na mina, por uma contratada brasileira, a empresa SNC Minerconsult.
“A equipe de gestão de projetos da Divisão de Minério de Ferro da Rio Tinto está muito familiarizada com esse tipo de trabalho. Grande parte dos US$ 11 bilhões destinados para o crescimento dos negócios de minério de ferro foi investido ou comprometido na região de Pilbara, na Austrália, onde a equipe continua a completar os projetos dentro do prazo e do orçamento”, disse Walsh.
Operações de Corumbá
A atividade de mineração em Corumbá é relativamente simples, sem a necessidade de explosões e com camada de estéril muito fina cobrindo a superfície do minério. A operação atual de 2.4 Mt/a não será afetada pela nova operação.
A operação expandida continuará a ser multi-jurisdicional: um novo porto fluvial será estabelecido em Albuquerque, no Brasil; as operações com barcaças serão desenvolvidas na zona internacional do Rio Paraguai; um novo porto será construído em Agraciada no Uruguai (todos 100% Rio Tinto); e as operações de transbordo serão conduzidas nas águas internacionais do Rio de La Plata, a 350 km de Agraciada. O transbordo é necessário para permitir que navios maiores do tipo Panamax e Capesize sejam carregados.
Sobre a Rio Tinto
A Rio Tinto é uma empresa mundial líder em mineração, com sede no Reino Unido, combinando a Rio Tinto plc, com sede em Londres e registrada na Bolsa de Valores de Nova Iorque e a Rio Tinto Limited, registrada na Bolsa de Valores da Austrália.
As atividades da Rio Tinto envolvem a prospecção, a extração e o processamento de recursos minerais. Seus produtos mais importantes são: alumínio, cobre, diamantes, energia (carvão e urânio), ouro, minerais industriais (boro, dióxido de titânio, talco e sal) e minério de ferro. As operações encontram-se em vários lugares do mundo, com concentração mais forte na América do Norte e Austrália e presença significativa na América do Sul, Ásia, Europa e sul da África.