Corumbá faz viagem ao passado na sua última noite de carnaval

  Marcos Boaventura

  
Bloco dos Palhaços, muito brilho e alegria na avenida

Corumbá, cidade histórica e de cultura ímpar, mostrou mais uma vez que o carnaval está no sangue do seu povo. Depois do brilho das escolas de samba nos dois dias de desfile, domingo e segunda-feira, o Carnaval 2009 foi encerrado com muita animação nesta terça-feira.

Na passarela do samba, os organizadores da folia mais popular do centro oeste brasileiro, proporcionaram um mergulho na história do Carnaval corumbaense. Público prestigiou e, na ‘passarela’, os foliões proporcionaram uma viagem ao passado.

Foi um final grandioso da folia na avenida. Nas arquibancadas e camarotes, todos sambavam sem parar, animados pelas marchinhas tocadas pelas bandas, inclusive a de frevo.

O Carnaval Cultural, promovido pela Prefeitura Municipal, foi dedicado a uma carreata muito peculiar pela passarela do samba: o desfile de corsos, em que as pessoas desfilam em carros fazendo buzinaços pelas ruas da cidade.

No carnaval corumbaense os corsos foram muito comuns até os anos 50 – do século passado –, sobrevivendo até meados dos anos 70. Alguns carros eram enfeitados, outros, de modelo aberto, traziam os foliões com fantasias. Também faziam parte da festa, água de cheiro, serpentinas e a batalha de confetes.

Um carro apresentou problemas. Não ficou pela avenida. Foi guinchado e com galhardia, atravessou a passarela.

Logo atrás, ao som da Banda Manoel Florêncio, da Fundação de Cultura, veio o Bloco de Frevo. Formado por bailarinos, bailarinas, alunos e alunas da Oficina de Dança da Fundação de Cultura, o grupo proporcionou um belo espetáculo, com os passos tradicionais, relembrando o frevo pernambucano.

Foi uma noite de nostalgia esta quinta edição do Carnaval Cultural de Corumbá. O Bloco de Frevo foi retomado por meio de uma iniciativa do Executivo Municipal, através da Fundação de Cultura, como forma de relembrar a época em que os foliões corumbaenses dançavam frevo nos blocos e bailes carnavalescos de clubes da cidade.

Ala das Pastoras

Em seguida, passou pela avenida a Ala das Pastoras, que foi saudada por um show pirotécnico. Personagens essenciais dos antigos ranchos e cordões as Pastoras eram detentoras de segredos passados pelos mestres músicos ao longo dos desfiles.

Para fechar a noite com chave de ouro o Carnaval Cultural ainda levou para a Avenida os blocos dos Marinheiros e dos Palhaços, numa verdadeira reconstituição da história da folia corumbaense.

O bloco dos Marinheiros teve a presença inclusive da primeira dama do  município, Beatriz Cavassa de Oliveira, secretária especial de Integração das Políticas Sociais, e do filho Rodrigo.

O bloco reproduziu a essência do Carnaval de Corumbá, uma vez que os militares da Marinha, predominantemente carioca, criaram em 1933 a escola de samba dos Marujos impulsionando os festejos de Momo no município. Inspirados por ela, a população passou a organizar cordões, blocos e escolas de samba.

Palhaços, Arlequins, Pierrôs e Colombinas, símbolos do Carnaval e uma marca da folia da Capital do Pantanal, trouxeram de volta o brilho de antigos carnavais com as tradicionais fantasias, perucas, piruetas e os narizes vermelhos que tanto encantam as crianças.

Arlequins, Pierrôs e Colombinas reviveram na passarela do samba o triângulo amoroso que protagonizam ao longo do tempo. Desfilaram ao som das antigas marchinhas e mostraram belas fantasias, com muito brilho e cores.

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