Em menos de cinco anos, o programa Se Essa Rua Fosse Minha já pavimentou 42.878,89 metros quadrados de alamedas em 19 bairros de Corumbá. Para atingir esta marca, foram utilizadas 513.268 lajotas sextavadas, grande parte produzida na própria fábrica montada pela Prefeitura. Criado pelo prefeito Ruiter Cunha de Oliveira (PT) para melhorar a infraestrutura da cidade, gerar renda e qualificar a mão obra voltada a construção civil, o programa também construiu mais de 12,7 mil metros de meio fio e 12,3 mil metros quadrados de calçadas.
Iniciado em 2007, quando era coordenado pela Secretaria de Ações Sociais, a iniciativa já beneficiou os bairros Universitário, Guarani, Conjunto Guanabara, Conjunto Camalote, Centro América, Popular Velha, Conjunto Jardinzinho, distrito de Albuquerque, Piúva, Generoso, Conjunto Cherogami, Primavera, Cristo Redentor e, graças a uma parceria com o Exército Brasileiro, as alamedas internas do 17º Batalhão de Fronteira. Hoje sob a responsabilidade da Secretaria Especial de Integração das Políticas Sociais, o programa aumentou a integração entre o Poder Público e a comunidade.
Além da capacitação dos calceteiros e das obras físicas, o "Se Essa Rua" beneficia toda a população dos bairros atendidos com palestras, atividades e oficinas voltadas a geração de renda, cuidados com a saúde e preservação ambiental. Em 2011, outro importante parceiro se juntou a Prefeitura, ampliando o serviço prestado pelo Município: o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) vai oferecer toda orientação previdenciária necessária aos moradores dos bairros Cristo Redentor e Guató.
Crescimento
Dos 55 trabalhadores que integram a 8ª etapa do programa, 48 são mulheres. "Lutei muito para chegar até aqui. Quando eu disse que participaria do ‘Se Essa Rua', muita gente me criticou, dizendo que eu fazia faculdade e não deveria lajotar rua. Respondi dizendo que nestes três meses que vou trabalhar no programa, o pagamento do meu curso superior está garantido", comentou Geise de Souza Cunha, acadêmica do curso de Pedagogia, se referindo a bolsa-auxílio disponibilizada aos calceteiros durante a execução das obras. "Aqui estamos tirando coisas muito importantes para nossas vidas. Assim como eu, várias pessoas já conseguiram mudar de vida, buscar um futuro melhor", continuou Geise.
Uma carta escrita por outra aluna, Célia Maria Ferreira Martins, também demonstra a expectativa dos beneficiados. "Venho falar em nome de todos desta sala. Primeiramente lhe agradecer por esta oportunidade que está nos dando e dizer que estamos muito felizes com este projeto", descreve o relato entregue a secretária especial de Integração das Políticas Sociais, Beatriz Cavassa de Oliveira, nesta terça-feira (12), durante a entregue dos equipamentos de segurança feita no Senai.
"Para nós que somos mulheres, está sendo um grande desafio, em estar aqui neste curso aprendendo muitas coisas boas e interessantes", complementa Célia, já projetando um futuro melhor depois do programa. "Nós não queremos ficar apenas nestes três meses, como estão dizendo. Nós queremos mais oportunidade daqui para frente, por isso estamos nos esforçando para ficarmos cada vez melhor e não parar mais. Queremos que futuramente a senhora olhe para nós e veja aquela árvore bonita cheia de frutos e diga, com muito orgulho, aquela semente foi eu quem plantei", prossegue.
Ao final da carta, a calceteira, moradora do conjunto Ana de Fátima Brites, construído pela Prefeitura de Corumbá com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), se despede demonstrando a vontade de vencer das corumbaenses. "Novamente lhe agradeço e digo que somos mulheres guerreiras e o principal, somos brasileiras e não desistimos nunca".