Especial Servidor Público
"Procuro sensibilizar as pessoas com a noção de que a qualidade de vida delas está diretamente relacionada à qualidade do meio em que vivem"
Emerson Eduardo Alíbio Castedo é um jovem que, aos 20 anos, já é pai de duas meninas e, a despeito da pouca escolaridade, pretende batalhar muito para garantir a elas o melhor futuro possível. A princípio, quer seguir o exemplo do pai e se tornar sargento da Polícia Militar. Até poucos meses atrás, estava desempregado e não sabia por onde começar sua caminhada de construção da vida. Foi quando uma oportunidade apareceu como um presente dos céus: a Prefeitura de Corumbá lançou o projeto Agente Ambiental Comunitário, e ele foi um dos selecionados.
Por meio da iniciativa, ele foi capacitado e contratado para realizar a coleta do lixo nas casas localizadas em ruas e alamedas do bairro Cervejaria, onde mora, e nas quais os caminhões da coleta de lixo não conseguem entrar, cuidando da limpeza das vias e ‘disciplinando' os hábitos dos moradores sobre a manipulação correta dos resíduos sólidos. "Eu e outros quatro colegas somos responsáveis por deixar o bairro limpo, bonito e livre do mosquito da dengue. É uma grande alegria cuidar da minha própria comunidade, onde estão a minha casa e a minha família", expressa.
À frente do projeto está a bióloga Fátima Seher, educadora ambiental da Secretaria Executiva de Meio Ambiente, cujo trabalho é realizar, nas zonas urbana e rural do município, desde palestras educativas sobre o destino adequado do lixo até oficinas e cursos de geração de renda. Entre esses, ela destaca um sobre fabricação de detergente e amaciante biodegradáveis. A iniciativa que garantiu uma ocupação a Emerson é apenas uma das quais ela tem se incumbido na tarefa de "sensibilizar as pessoas com a noção de que a qualidade de vida delas está diretamente relacionada a um meio ambiente saudável, e que a conservação desse meio depende da atitude de cada um".
Neste sentido, Fátima destaca o projeto que capacita pessoas para realizar a coleta seletiva no lixão da cidade, oferecendo a elas educação em saúde; outro para minimizar os impactos da destinação do lixo nas comunidades da Estrada Parque Pantanal; e ainda outro que ensina artesãs locais a produzir biomantas a partir da taboa. "E os resultados são rápidos e muito gratificantes, como por exemplo, ao ver a dedicação com que trabalham os nossos agentes ambientais no bairro Cervejaria", diz, avalizada pelas palavras do próprio Emerson: "O dinheiro que ganho é essencial para a minha família, mas saber que o meu humilde trabalho está melhorando a vida de toda a minha comunidade é ainda mais gostoso".
"É uma grande alegria cuidar da minha própria comunidade, onde estão a minha casa e a minha família, e ainda ganhar por isso"
(Fatos narrados em dezembro de 2010)