Prevista para acontecer entre os dias 26 e 29 de novembro, em Brasília, a Conferência Nacional de Cultura terá um representante de Corumbá como delegado do estado de Mato Grosso do Sul. O nome de José Gilberto Garcia Rozisca, presidente do Conselho Municipal de Cultura e Gerente de Políticas Públicas para a Cultura, da Fundação de Cultura de Corumbá, foi um dos três aprovados na Conferência Estadual como representante governamental.
“Conhecemos nossos potenciais e patrimônios culturais, e queremos que todos conheçam e reconheçam nossa importância, por isso a ânsia em querer participar de momentos como a Conferência Nacional, nos quais as políticas públicas são discutidas e formatadas, buscando o contínuo desenvolvimento cultural, ou até mais que isso, primando pelo desenvolvimento humano, em várias vertentes, através da cultura ou pelo menos com uma grande ajuda dela”, declarou Rozisca.
“Quanto mais fizermos surgir nas discussões os nomes ‘Mato Grosso do Sul’ e ‘Pantanal’, mais teremos os olhos do Ministério da Cultura voltados para nós, pelas nossas singularidades, nossas riquezas culturais, materiais e imateriais. Hoje o Brasil vive o momento de implantação do Sistema Nacional de Cultura (SNC), que vem seguindo o exemplo do Sistema Único de Saúde (SUS), ou seja, não valerá só assinar papéis e dizer que faz parte do SNC, a cultura deverá ser indutor de grande desenvolvimento para as cidades e a própria vida dos agentes culturais”, analisou.
A delegação que defenderá as proposta de Mato Grosso do Sul é composta por 10 integrantes, sendo três da área governamental, na qual o representante de Corumbá está inserido, e sete da sociedade civil. José Gilberto comentou sobre uma das propostas que serão levadas ao debate em nível nacional.
“Lutaremos pela garantia da criação de rotas intraestaduais de cultura, como a Rota Cultural do Pantanal. Conseguimos fazer com que constasse na Conferência Estadual uma proposta de criação dessa rota, saindo da nossa Conferência Intermunicipal (que reuniu os municípios de Ladário, Aquidauana, Anastácio e Rio Verde de Mato Grosso), e isso impulsionou a proposta das rotas intraestaduais, o que deve alavancar a integração entre os municípios, promover a circulação dos produtos culturais, democratização e facilitação do acesso aos bens e serviços da cultura. Com o nascimento de uma rota, um município acaba promovendo o outro”, explicou sobre a característica que impulsiona o conceito da Rota Cultural do Pantanal.
Ele também lembrou que outras características que fazem nossa região e Estado singulares no país estão no pacote de propostas a serem defendidas em Brasília, onde a delegação buscará despertar o interesse de um olhar diferente sobre essa porção do país.
“Outras propostas foram tratadas na Conferência Estadual, e os delegados que representarão o MS na Nacional têm o dever de defendê-las. O processo de democratização da cultura sempre é levantado, e dessa vez conseguimos incluir em vários textos a referência aos ribeirinhos, aos povos fronteiriços, além da luta indígena e das comunidades afrodescendentes. Há muito que o fazer, e mesmo sendo uma pequena delegação, a que representará o nosso Estado, esperamos fazer com que os olhos do Brasil voltem-se para o lado Oeste do país, mostrando nossa vontade de crescer através da cultura”, comentou.