Profissionais da Saúde de Corumbá e Ladário, além de instituições como a Marinha do Brasil, participaram de uma reunião técnica na tarde desta quinta-feira, 23 de abril, cujo tema foi a raiva, doença que se já registrou nove casos em cães e um em humano no município pantaneiro.
Apesar dos números, a médica infectologista do Hospital Universitário – UFMS, Andyane Tetila, explica que Corumbá não pode ser classificada como uma cidade com a existência de uma epidemia de raiva.
“Não há como definir um quadro de epidemia porque não há o censo de cães no município, bem como em seus vizinhos. Esses animais se locomovem com uma grande facilidade por esse território, então existe essa dificuldade de levantar um número da população canina, porém sabemos que nove casos registrados é um número alto para um município que tem uma extensão urbana não tão grande, entretanto, mesmo assim, há um alerta que dirigimos a todos”, afirmou a médica que presta consultoria para a Secretaria Municipal de Saúde de Corumbá.
Aos profissionais da Saúde, Andyane esclareceu sobre sintomatologia, ciclos de desenvolvimento e profilaxia da doença que se propaga através de vírus e atinge o sistema nervoso central. Além do recebimento de informações técnicas e dados atualizados sobre a doença no país, eles também tiveram acesso a material de divulgação (cartazes) sobre prevenção para evitar o surgimento de novos casos.
A médica infectologista esclarece que o cuidado começa na posse responsável de animais domésticos que precisam estar vacinados contra a doença, porém não é o único ponto a ser observado.
“Ter consciência de que se visitou uma mata, o contato com o morcego é de uma preocupação bastante grande, principalmente nesse momento”, lembrou Andyane ao destacar que não são apenas animais domésticos os únicos com potencial transmissão da raiva.
Ela esclareceu ainda sobre o período de raiva em humanos que, em média acontece entre 2 a 3 meses, porém há registro de ano para a manifestação dos sintomas da doença, por isso alerta sobre a importância da busca do serviço de saúde imediatamente ao contato com animais suspeitos de possuir a raiva.
“Frente a qualquer acidente ou contato com algum animal suspeito de rua, que te lambeu, que entrou em contato com mucosa porque a saliva do animal é muito rica em vírus, é necessário o atendimento médico. A partir do momento que sofreu um acidente com esses animais, teve contato com morcego, esteve um em mata ou também uma mordida de um cachorro, o arranhão de um gato, procure assistência médica porque existe profilaxia”, destacou a infectologista.
Prevenção é dever do cidadão:
– procurar sempre o Serviço de Saúde, no caso de agressão por animais;
– levar o animal para ser vacinado contra a raiva, anualmente;
– manter seu animal em observação quando ele agredir uma pessoa;
– não deixar o animal solto na rua e usar coleira/guia no cão ao sair.
Evite:
– tocar em animais estranhos, feridos e doentes;
– perturbar animais quando estiverem comendo, bebendo ou dormindo;
– separar animais que estejam brigando;
– entrar em grutas ou furnas e tocar em qualquer tipo de morcego (vivo ou morto);
– criar animais silvestres ou tirá-los de seu “habitat” natural;
O que fazer quando agredido por um animal, mesmo se ele estiver vacinado contra a raiva:
– lavar imediatamente o ferimento com água e sabão;
– procurar com urgência o Serviço de Saúde mais próximo;
– não matar o animal, e sim deixá-lo em observação durante 10 dias, para que se possa identificar qualquer sinal indicativo da raiva;
– o animal deverá receber água e alimentação normalmente, num local seguro, para que não possa fugir ou atacar outras pessoas ou animais;
– se o animal adoecer, morrer, desaparecer ou mudar de comportamento, voltar imediatamente ao Serviço de Saúde;
– nunca interromper o tratamento preventivo sem ordens médicas;
– quando um animal apresentar comportamento diferente, mesmo que ele não tenha agredido ninguém, não o mate e procure o Serviço de Saúde.