Para especialista, queimadas deixam “pegadas” fortes na região

 Prefeitura de Corumbá

  

 Palestra foi durante feira na Casa do Artesão

Pegada Ecológica e Mudanças Climáticas foram dois temas focados na palestra do coordenador do Programa para Sociedades Sustentáveis do WWF-Brasil, Irineu Tamaio, durante a Feira Troca de Saberes, Sabores e Serviços, realizada na Casa do Artesão, em Corumbá, organizada pela Associação de Mulheres Amor-Peixe e WWF-Brasil, em parceria com a Prefeitura de Corumbá e a comunidade local. Segundo Tamaio, Doutor em Desenvolvimento Sustentável pela Universidade de Brasília-UnB (2007), com mestrado em Geociências – área de Educação, Corumbá está com “pegadas” altíssimas devido às queimadas que consomem a vegetação pantaneira.

O evento foi aberto às 08h, com visitação pública, e encerrado às 11h, com um desfile de moda com produtos feitos com couro de peixe, como roupas, bolsas, carteiras, cintos, bijuterias, entre outros acessórios, feitos pelas artesãs da Amor-Peixe, a partir de um material que antes ia para o lixo, mas que com o trabalho e a criatividade das mulheres, se transforma em peças artesanais.

A palestra de Tamaio foi prestigiada por um bom público, especialmente alunos, professores e diretores de escolas da Rede Pública, principalmente estudantes das 7ª e 8ª séries da Escola Júlia Gonçalves Passarinho. Presentes também o secretário Sicard Maciel de Barros, de Meio Ambiente e Produção Rural; secretários executivos Hélio de Lima (Educação) e Luciene Deová (Meio Ambiente); dos superintendentes José de Carvalho Junior (Turismo) e Heloisa Helena da Costa Urt (Cultura); Wilton Gomes Panovitch, presidente da Fundação Terra do Pantanal, além da presidente da Associação Amor Peixe, Joana Ferreira de Campos, e outras autoridades.

Queimadas

Irineu Tamaio explicou que através da Pegada Ecológica, é possível fazer um teste para descobrir os impactos deixados na natureza, pelo estilo de vida do ser humano. Segundo ele, o ser humano em sua caminhada pela terra, deixa rastros, prejuízos ao meio ambiente, que podem ser maiores se as “pegadas se tornarem pesadas e visíveis”.

Citou o exemplo atual de Corumbá. “Ao chegar ontem na cidade, senti um ar pesado, devido às queimadas, focos descontrolados, o que nunca havia visto aqui. Me fez lembrar Tailândia e Tucuruí, no sul do Pará. A cidade está produzindo uma pegada altíssima”, argumentou.

Segundo ele, o uso excessivo de recursos naturais, o consumismo exagerado, a degradação ambiental e a grande quantidade de resíduos gerados são rastros deixados por uma humanidade que ainda se vê fora e distante da natureza. Destacou que é preciso cuidados atuais, pensando nas próximas gerações, economizando água, energia, alimentos (comer o necessário), consumo e descarte do lixo produzido, além de transporte. Ele considera o transporte coletivo um dos mais indicados reduzir a pegada.

Citou uma pesquisa indicando que uma pessoa utiliza 30% a mais do que lhe os recursos naturais disponibiliza, e que seria necessário todo o planeta e mais um quarto dele, para o ser humano manter seu estilo de vida.

O encontro realizado na manhã de hoje, conforme Tamaio, foi importante para buscar uma mudança radical de vida do ser humano. Destacou a iniciativa da Associação de Mulheres Amor-Peixe, parceira da WWF-Brasil, e da Prefeitura de Corumbá, que demonstra preocupação com o meio ambiente.

Para o secretário Sicard de Barros, que representou o prefeito Ruiter Cunha de Oliveira (PT) no ato, são realizações como esta que contribuem para melhoria da qualidade de vida e um meio ambiente preservado. Lembrou que a palestra foi presenciada por alunos que, há cada dia, “demonstram maior preocupação com a preservação ambiental”, e o local da feira, dentro de um antigo presídio que, hoje, está servindo como espaço para “educação ambiental”.

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