Trem do Pantanal sem Corumbá não faz parte da história

A Prefeitura de Corumbá não concorda com a anunciada proposta de retorno do Trem do Pantanal, a partir de maio de 2009, sem incluir a principal cidade do Pantanal no roteiro do novo produto turístico. O secretário de Turismo e Relações Institucionais, Carlos Porto, afirmou hoje que o município vai oficializar a sua posição ao governador André Puccinelli e à empresa Serra Verde Express, que vai operar o novo trem.

“O Trem do Pantanal tem um simbolismo muito forte para Corumbá, a nossa cidade faz parte da memória da ferrovia, o trem e a cidade se confundem na música, na literatura, na história”, disse o secretário. Ele adiantou que o deputado da região, Paulo Duarte (PT), será o interlocutor do município junto ao Governo do Estado. O parlamentar já se pronunciou, criticando a exclusão de Corumbá.

Carlos Porto lembrou que o projeto de retomada do lendário Trem do Pantanal, que fez sua última viagem entre Bauru (SP) e Corumbá em meados dos anos 90, foi iniciado no governo de Zeca do PT, em 2000. Os estudos técnicos elaborados por consultores e ministérios dos Transportes e de Turismo aprovaram o município como primeiro trecho, de 85 km, entre Corumbá e o distrito de Porto Esperança.

História fragmentada

Para o secretário, a história da ferrovia se confunde com o desenvolvimento da fronteira com a Bolívia, onde a linha férrea segue por mais de 600 km até Santa Cruz de La Sierra. “Portanto, não é possível fragmentar uma história de 100 anos. Como falar do Trem do Pantanal sem Corumbá e sem a fronteira?”, questiona ele. “Não queremos ser incluídos num segundo momento.”

Porto disse que a prefeitura respeita os argumentos da empresa que vai operar o trem, mas lamenta que o município não foi chamado para discutir o trecho anunciado. Lembrou que as estações ferroviárias de Corumbá e de Porto Esperança foram recuperadas, por conta do retorno do trem turístico, e algumas operadoras já preparavam roteiros que unem natureza, história e pescaria.

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